Vídeo Mizuno Uphill Marathon 2014.

Muito vento e muita chuva que deixou tudo mais frio, mas não suficiente para fazer esquecer que tinha muita subida também.

Para o relato pessoal completo basta clicar aqui. Divirta-se, inspire-se e comece a treinar para 2015.

Enzo Amato


Mizuno Uphill Marathon 2014

A maratona mais desejada do Brasil.

Me senti o sapo na fábula do sapo na panela, fui sendo consumido pela inclinação da Serra do rio do rastro aos poucos, minha rotina de treinos e provas de trilha em 2014 me transformaram num trator, posso subir qualquer inclinação, mas não consigo ir rápido como um dia já fui no asfalto, apliquei minha estratégia com sabedoria, mas ela não servia pra mim naquele momento.

A 30min da largada uma nuvem escura não deixava o dia clarear, chuva na horizontal e vento forte faziam as árvores balançar freneticamente na pequena cidade de Treviso no sul de SC. O pórtico de largada estava vazio e os 300 corredores abrigavam-se, parte na igreja parte no posto de combustível da praça, de repente tudo virou uma garoa fina e a largada dos 42km de asfalto mais insanos que já fiz se deu pontualmente as 7hs.

Saímos da cidade passamos por um trecho de estrada de terra sempre acompanhados da garoa, do silêncio de um domingo de manhã em cidade pequena, dos poucos carros, do ar puro e cheiro de campo molhado, os primeiros 10km foram predominantemente uma subida leve e constante e os próximos 10km o inverso, sempre correndo no canto da estrada, mas com trânsito controlado pela polícia rodoviária estadual, já na cidade de Lauro Müller passamos pelo tapete do km 24, pois além do tempo geral teríamos também a contagem do tempo de subida da serra, estávamos a 350m.s.n.m. e subiríamos para 1418m acumulando 2425m de ascensão nos 42km, até aí estava dentro da minha estratégia, os batimentos ficaram controlados entre 155 e 165, o que é abaixo do meu L2 e a intenção era continuar assim, claro que a inclinação do percurso determina a velocidade se o parâmetro é o batimento, subi um bom trecho dentro da faixa de batimentos, passei alguns corredores, mas não tantos quanto eu havia imaginado quando tracei a estratégia, enfim, cada maratona conta uma história, até quando o atleta é o mesmo, aproveitava a vista a cada instante, pois ano passado uma forte neblina não dava visibilidade, um vento forte começou a incomodar, depois veio a chuva seguida do frio e de lâminas d’água em cada curva, na mais forte delas os pés molharam completamente e congelaram, o jeito era seguir, a cada uma das 256 curvas a meta ficava mais próxima, o visual mais lindo, a corrida mais difícil, e o sapo fervia sem se dar conta. Corri muito, as vezes na mesma velocidade que outros atletas caminhavam, não por orgulho, mas sabia que minha caminhada era mais devagar ainda.

Vento na camiseta pra ter ideia de como estava.

Cheguei com 4h53 a duras penas, molhado, com frio, mas com sorriso no rosto, e nem tive tempo de pensar que nunca mais faria isso de novo, quero desafiar a serra outra vez!

O visual da prova é espetacular, mesmo correndo na estrada a segurança aos atletas foi ótima, a polícia rodoviária soube conduzir os comboios e em nenhum momento fiquei apreensivo, postos de abastecimento bem distribuídos e minha única reclamação foi pela quantidade de copinhos jogados no percurso, apesar de facilitar para os corredores isso custa caro para a mãe natureza, espero que seja corrigido ano que vem. Apesar disso, a organização da X3M foi excelente, desde a entrega de kits, com buffet, (almocei na faixa lá mesmo) massoterapia, test drive do Mizuno Wave Sayonara, sorteio de 15 pares, palestras super legais com Carol Barcellos e Clayton Conservani, passei a tarde lá e nem vi o tempo passar. Valeu pelo passeio, por ter conhecido a serra e pelo desafio!

O que usei: (e o que devia ter usado)

Fui de bermuda e camiseta, tinha um corta vento, que o Leandro me emprestou para emergências, mas devia ter largado também com uma camiseta térmica por baixo e/ou manguitos, enfim, manter o corpo um pouco mais coberto para proteger do frio da serra que castigou em 2014.

Treinos interessantes:

Estar bem treinado para uma maratona de asfalto, digo isso porque meus treinos de trilha para as ultras me deixaram forte, porém lento e sem ritmo. Incluir na rotina treinos de subida, não necessariamente fortes, mas longos e continuar na musculação, é isso que pretendo fazer para a próxima.

Assista ao vídeo que fiz durante a corrida, sem dúvida vai impressionar e te fazer decidir, ou vai ou não vai!

Enzo Amato