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Ultra Fiord, dicas do organizador.
Assisti a toda entrevista que o organizador da Ultra Fiord, Stjepan Pavicic deu ao site trailchile.cl e anotei as partes que considerei mais importantes e interessantes sobre a corrida e a Patagônia chilena na época da prova.
Já fui ao sul do Chile 2x uma para correr a Patagonian International Marathon em 2013 e em 2014 na Ultra Trail Torres del Paine, sempre no fim de setembro quando vem chegando a primavera, mas ainda com a cara do inverno. Desta vez a primeira edição da Ultra Fiord nos brindará com as cores do outono nos bosques que será algo totalmente diferente do que vi das outras vezes, árvores com tons amarelo e vermelho. Abril predominantemente é a época de céu mais aberto, menos vento que no verão e relativamente seco. Poderemos enfrentar temperaturas negativas ao amanhecer e nas partes altas do percurso, por isso uma boa estratégia de onde deixar as roupas pode ser determinante para continuar na prova.
Corredores dos 167km chegarão a Hosteria Balmaceda com 90km, por volta das 7 da manhã até aí sem grandes variações de altitude, mas é o ponto onde começa a grande montanha do percurso. Já os corredores dos 70km pegarão as partes mais duras do trajeto.
Stjepan disse que se você fizer uma estimativa de tempo com base na sua experiência, e observando a altimetria certamente vai demorar mais do que imagina. A altimetria não assusta, mas o terreno em certas partes é bem custoso.
O vídeo teve mais de 9mil visualizações nas primeiras 24hs de lançamento. A página da prova teve mais de 20mil curtidas no fb, vindas de mais de 40 países sendo os 10 principais, Chile, Argentina, Brasil, EUA, Equador, Espanha, Canadá, México, Reino Unido e Uruguai.
Serão cerca de 200 a 250 atletas nas 4 distâncias, ou seja, prova muito selvagem.
Nos 30km a altimetria não diz muita coisa, mas o terreno sim, e acredita que seria um bom desafio se o primeiro colocado tentasse fazer em menos de 3hs.
Boa parte do 1º vídeo (acima) é do percurso dos 30km, onde todos passarão.
Diferentemente de outras corridas, poderemos pegar e deixar os bastões nos postos de apoio. Normalmente ou você larga com ele ou não poderá usar.
Quem vai para os 100km e 70km pode ir com pouco equipamento durante os primeiros 30km por ainda ser baixo, a partir daí chega a montanha.
4 dicas importantes do Stjepan que fecharam a entrevista.
- Reavaliar a distância e se estiver na dúvida, que mude para uma menor. Para ter uma corrida mais segura possível.
- Escolher o equipamento, levar umas gramas a mais pode fazer muita diferença durante o percurso com relação a conforto e segurança.
- Revisar os vídeos e fotos para se dar conta do que encontrará pela frente para planejar alimentação, equipamentos etc…
- Ter uma estratégia de corrida, o que levar, em que bolso colocar, o que comer etc…
- Fonte: www.trailchile.cl
- http:/www.trailchile.cl/el-late-del-trail-especial-de-ultra-fiord/
Falta só um mês para a largada e a ansiedade começa a aumentar. Clique e veja os vídeos e textos da prova.
Aguarde próximos textos interessantes sobre a Ultra Fiord.
Enzo Amato
7 semanas para meus 100km, vídeo do percurso.
Falta pouco.
Pelo vídeo percebe-se que a prova vai ser bem selvagem e com paisagens características da patagônia chilena, nos 30 e 70km florestas, montanhas, geleiras, fiordes, água, nos 100 e 160km até noite vira desafio.
No percurso de 100km serão 3700m de ascensão. E na preparação tenho que fazer todas as subidas possíveis, para a mente e o corpo não sentirem “medo” quando as pirambas aparecerem na frente.
Última semana para as inscrições e uma lista de super atletas do mundo todo serão os embaixadores da Ultra Fiord.
Minha nova rotina de pai reduziu alguns treinos na semana e procurei remediar fazendo o básico com o pouco tempo que tive, musculação num dia, um pouco de subida e descida em outro e mais um de 10km no L2. Semana que vem tem mais longão.
Enzo Amato
8 semanas para meus 100km.
Semana passada não teve texto porque quase não teve treino. Passei vários dias na maternidade babando na nova integrante da família que nasceu. Carnaval nunca foi tão emocionante!
Depois de 4 dias sem treinos, muito pouca atividade física e horas de sono reduzidas, voltei aos treinos meio baqueado, corri 2km e voltei pra casa exausto.
Quarta fui me recuperando e mandei 7km bem feitos.
Quinta fiz musculação, depois de uma semana sem, ainda levantava os mesmos pesos, isso não me preocupava.
Sexta não adiantava treinar, pois atrapalharia o desempenho do sábado, e ficar confiante com os treinos agora é mais importante do que simplesmente me esgotar.
Sábado fui para trilha (foto acima) pensando em fazer 4hs num percurso de 37km, mas a volta foi mais sofrida e demorei 30 minutos a mais que o previsto, senti o calor e a desidratação, roupas encharcadas por muito tempo e vontade de virar copos e copos de uma vez só. O desempenho caiu bastante, mas tenho claro na cabeça que foi pelo calor, o corpo está preparado e a cabeça também, basta me lembrar de outros treinos tão intensos quanto este que foram bem executados para não me deixar abater.
Domingo descanso.
A semana começa cheia de novidades para um pai de primeira viagem, já quanto aos treinos tudo bem. Ainda acho que consigo incluir mais 2 treinos longos e assim totalizar 5 longos nessas 15 semanas de preparação. Número bom para me sentir confiante fisicamente e mentalmente, também para acertar a alimentação, hidratação e equipamentos.
Rumo aos 100km da Ultra Fiord.
Enzo Amato
10 semanas para meus 100km, nutrição.
Nutrição para provas curtas o segredo está no antes, já nas longas nada importa mais que o durante.
Depois de algumas horas de corrida se você deixou o combustível acabar isso reflete no seu desempenho e o ritmo cai sensivelmente. Para ser mais claro, quebrou, e agora vai ser penoso continuar.
Na teoria precisamos de aproximadamente 30gr de carboidrato por hora de exercício e em torno de 700ml de líquido, mas garanto que na prática a coisa muda e só mesmo com muita prática para saber o que resolve para cada pessoa na situação que ela está. São muitos fatores internos e externos que influenciam como, temperatura e umidade do ambiente, duração da prova, intensidade do esforço, peso da pessoa etc… Portanto a teoria nos serve de ponto de partida e os treinos longos o campo de testes.
Nesses 100km da Ultra Fiord levo em consideração o clima frio e as 2 bolsas que estarão no percurso onde deixarei alimentos sem que precise carregar a prova toda.
O que vou comer?
Biscoito salgado com goiabada (aqui em SP chamamos de bolacha, mesmo que no pacote esteja escrito biscoito)
Em 26gr de Club Social tenho 17gr de carboidrato, vou comer meia porção por vez com uma pequena fatia de goiabada, que tem mais 17gr. Nessa meia porção já conto com 100mg de sódio e 1gr de proteína. (isso por menos de R$1 por porção). Alternando água e uma bebida isotônica, que normalmente tem 6gr de carbo em 200ml, garanto toda energia que preciso sem esvaziar o tanque.
Outra opção que vou levar em clima frio é chocolate, levo o meio amargo pelo paladar, mas qualquer outro serviria, menos o branco provavelmente. O chocolate que comprei me dá 14gr de carbo numa porção de 25gr, a proteína é irrelevante, por outro lado tem muita gordura 6,7gr, mas em provas longas não tenho problema com isso, se eu fosse num ritmo muito intenso talvez tivesse (cada porção também saiu por menos de R$1).
No meu caso levo mais de uma opção de comida e vou alternando para não enjoar.
Sem dúvida dá mais trabalho do que tomar o pó mágico, exige o teste prático para saber se seu estômago vai aceitar, e mesmo que aceite no treino não quer dizer que na prova vai. O mesmo acontece com o pó (suplemento) e duvido que ache algo por R$1.
Há anos não uso suplemento e venho tentando encontrar, junto com minha nutricionista, o que me cai melhor nas provas tendo aqueles números da teoria como guia e para cada tipo de prova uma estratégia adequada. Adoraria levar amêndoa salgada, damasco seco e castanha do Pará, mas nada disso vai poder entrar no Chile. Cada prova é uma prova!
Na semana fiz:
- Segunda, musculação membros superiores
- Terça, musculação membros inferiores + 2km corrida bem leve abaixo de 130bpm (regenerativo dos 42km de sábado)
- Quarta, 5km corrida, quase recuperado.
- Quinta 10km progressivo entre L1 e L2, treino bom se levar em conta o desgaste do sábado.
- Sexta, descanso.
- Sábado musculação para pernas 3×7 + corrida sobe e desce.
Rua inclinada de 180mts = subida de 45 segundos forte (180bpm) por 2min trote leve e mesma descida em 30 segundos forte. Fiz isso por 9x.
- Domingo esteira 1km aquecimento + 200m inclinação 8% a 12km/h (180bpm) por 300m plano a 9km/h. Fiz isso 8x (treino muito parecido com sábado, mas sem o desgaste da descida).
Leia outros textos sobre a preparação para os 100km.
Semana que vem tem mais.
Enzo Amato
11 semanas para meus 100km, equipamentos obrigatórios.
Nas montanhas cada prova é uma prova. Até a mesma prova pode virar algo completamente diferente de um ano para o outro com algumas combinações climáticas como calor, frio, vento, neve, chuva.Colocar, tirar ou combinar alguns desses ingredientes durante o percurso faz muita diferença, e estar equipado pode garantir sua corrida e até sua vida.
Depois de algumas corridas fora de estrada você percebe que os equipamentos básicos são sempre os mesmos (em azul), já outros entram na lista de acordo com as características de cada prova, sempre para o bem dos atletas e nunca por modinha.
Para os 100km da Ultra Fiord veja o que tenho que levar comigo. Em vermelho eu que providencio, em preto o que eles fornecem e em azul o que levo em praticamente todas as provas.
- Lista de itens e equipamentos obrigatórios que devem ser usados em tempo integral:
- Passaporte de corredor
- Número de prova
- Pulseira de corredor
- Mapa e perfil com detalhes do percurso
- Mochila ou pochete com capacidade para transportar todo o equipamento necessário
- Recipiente para, pelo menos, 0,5 litros de água
- Lanterna com pilhas sobressalentes
- Lanterna de reserva com devidas pilhas correspondentes
- Manta térmica de sobrevivência (tamanho mínimo de 140 x 200 cm)
- Bastões de trekking
- Apito
- Faca ou canivete
- Óculos de proteção contra sol, vento e neve
- Relógio (dependendo da experiência do corredor, ele poderá solicitar uma exceção para não usá-lo)
- Alimentação de reserva
- Kit básico de primeiros socorros, que inclui, pelo menos, os seguintes elementos:
- Dois curativos estéreis (10 cm x 10 cm)
- Esparadrapo (3 centímetros x 50 centímetros de comprimento)
- Soro fisiológico (2 x 5 mL)
- Um curativo oclusivo (para cobrir o olho, se necessário)
- Cinco curativos de enfrentamento (substitui os pontos de sutura)
- Medicação pessoal (por exemplo, paracetamol e ibuprofeno)
- Telefone operativo (apenas em algumas áreas, será possível encontrar sinal do telefone). Neste aparelho, você deve registrar o número de contacto indicado pela organização. Mantenha-o desligado e só utilize em situações de emergência. A organização irá informar que empresa tem a melhor cobertura na área.
- Vestuário:
- Corta vento
- Jaqueta impermeável com capuz (além do corta vento)
- Jaqueta sintética térmica, mínimo de 300g (Recomenda-se as compostas de material: Primaloft)
- Calças compridas de escolha
- Camiseta manga longa
- Touca
- Luvas térmicas
Os itens a seguir são recomendadas e opcionais:
- Primeira pele superior e inferior
- Bússola
- Relógio GPS
- Recipiente não descartável
- Protetor solar
Os atletas profissionais vão com equipamentos de ponta e com a prática e experiência conseguem adaptar tudo para que caiba numa mochila pequena de 5L e com pouco peso, mas certamente verei muitos corredores com mochilas de 10 a 20L. Já vi atletas que fazem provas de 7 dias com mochilas de 20L, o que exige extremo conhecimento e prática para levar tudo o que será usado e comido em 7 dias numa mochila tão pequena.
Os equipamentos obrigatórios preveem o pior cenário, e na maioria das provas você não vai usar boa parte do que carrega, mas ter a certeza que você está com tudo o que precisa é mentalmente confortante e te faz pensar só na corrida.
Os equipamentos garantem você na prova. No fim das contas é perigoso e não vale a pena “tirar os freios da bicicleta para poder ir mais leve”.
– Na semana treinei o seguinte:
Segunda, Corrida ritmo 8km, média de 150bpm
Terça, musculação completa 1 exercício para cada grupo muscular;
Quarta, ladeira em esteira, 1km aquecimento
- 300m inclinação 5% a 9,5km/h
- 250m inclinação 7% a 9km/h
- 200m inclinação 9% a 9km/h
- 250m inclinação 1% a 9,5km/h (8x a série, batimentos entre L1 e L2)
Quinta, descanso forçado, queria ter feito musculação e corrida, mas não deu tempo.
Sexta, descanso porque sábado seria difícil.
Sábado, 4h35 asfalto, ritmo fácil no L1 com algumas subidas e descidas e mochila com 2,5kg nas costas. 42km.
Domingo descanso.
Leia outros textos dessa preparação rumo aos 100km. Até semana que vem.
Enzo Amato
12 semanas para meus 100km, acertar a planilha.
Pode parecer matemática para uns, mas na verdade é um quebra cabeça.
É como se existissem vários caminhos e todos levassem ao mesmo lugar, mas cada um com exigências diferentes. Acertar requer um equilíbrio muito grande entre treino, descanso e alimentação direcionado a cada indivíduo.
Ao abrir a planilha conto quantas semanas tenho até a prova, e distribuo os treinos longos deixando o último deles 4 semanas longe da prova e os outros separados a cada 2 ou 3 semanas. Primeiras peças colocadas. Um dia antes e um ou dois dias depois do longo preciso de descanso, depende de como me sinto, mas o seguinte pode ser musculação. Considero 3hs como o ponto de partida dos meus treinos longos. Depois procuro estabelecer as melhores datas para correr em ritmo mais acelerado, outros para fazer subidas e descidas e chegar a cumprir 6 séries de musculação para cada grupo muscular na semana de forma que não atrapalhe as corridas, e claro, os longos cada vez mais longos.
Mesmo seguindo essa forma de montagem de planilha, teremos maneiras diferentes de lidar com ela de acordo com cada pessoa, seu condicionamento, histórico e rotina. O profissional de Educação Física é quem traça o melhor caminho.
Para os 100km da Ultra Fiord segui o que coloquei acima dando prioridade aos longos e de acordo com cada semana vou encaixando os treinos de subidas e descidas, musculação e deixando os treinos mais velozes cada vez mais escaços. Nada pode ficar esquecido, mas estabelecer as prioridades e ganhar confiança com esses treinos é essencial.
Na semana fiz:
- Segunda, musculação
- Terça, descanso
- Quarta ladeira em esteira. 8km, variando 300m inclinação 8% e vel. 10km/h por 200m inclinação 1,5% e vel. 9km/h. Não foi ao acaso, essas inclinações e velocidades me faziam chegar perto do L2 e L1, 170 e 150bpm.
- Quinta, musculação para pernas (agachamento, flexão de joelho, extensão de joelho) + 2km esteira + 5×50” treino de descida na rua a toda velocidade.
- Sexta Tentei fazer musculação superior, mas estava morto, abortei o treino já no supino. Show do Foo Fighters. (Diversão está na planilha)
- Sábado, descanso
- Domingo, 9km pouco acima do L1.
Como não fiz longo já começo a semana bem disposto para bons treinos de velocidade e força, mas nos dias certos para que sábado esteja bem para outro longo. Rumo aos 100km.
Enzo Amato
13 semanas para meus 100km, longão.
Treino longo, o mais famoso.
A fama não é em vão. Esse é o treino mais específico de todos quando falamos em uma distância impossível de ser atingida fora do dia do evento, que é meu caso agora. É nele que eu acostumo o corpo e a mente a seguir, as passadas são constantes, fáceis, mas duram muito tempo, cada vez mais a cada semana de 7 ou 14 dias.
É nele que eu aprendo a cada quanto tempo comer, o que desce melhor, onde incomoda no pé e merece mais esparadrapo, onde cada alimento vai na mochila, se ela raspa o pescoço ou esfola as costas, onde vai mais vaselina, que camiseta enxarca menos e fica mais leve, onde colocar cada item obrigatório na mochila para ficar balanceada…
Tem que ser lento, não é para acelerar e arriscar não terminá-lo, serão poucos treinos realmente longos dentro da preparação e não completá-lo é o mesmo que destreinar, é perder uma oportunidade de trabalhar a mente e ganhar confiança. Em provas longas o cansaço sempre aparece e não ter a confiança construída nos longões vai te desmontar! Essas provas são tanto físicas quanto mentais e é preciso construir o alicerce mental através dos treinos bem feitos. Lembrar dos bons treinos longos nos momentos de dificuldade da prova te faz ficar confiante novamente e seguir em frente.
Na clínica de trail running que fui com os atletas The North Face, perguntei a vários deles de quanto tinha sido o treino mais longo quando se preparavam para uma prova de 168km (mais de 24hs) todos responderam próximo de 8hs. Outro ponto que notei é que todos são focados no desafio a fazer e mentalmente muito fortes, e isso é treinável também!
- Um corredor rápido não termina uma prova longa
- Um corredor resistente sim
- Um corredor resistente e rápido termina antes.
Quanto é longo? Depende da sua fase atual, o que hoje você acha longo certamente é, esse é o ponto de partida, já o de chegada é a data da prova e o primeiro a fazer é programar na planilha quando serão os treinos longos, e entre eles encaixar os treinos de velocidade. Não tem essa de contar kms por semana. Prefiro fazer 1 dia de 40km do que 7 de 10km. Preocupe-se em encaixar os treinos longos na agenda e esqueça os quilômetros por semana. Faltando 13 semanas levando em conta meu histórico e minha agenda, vou tentar fazer 3hs nesse fim de semana como primeiro treino pesado, e acredito que possa encaixar mais uns 3 ou 4 cada vez maiores. Não existe preparação perfeita, sempre você vai achar que poderia ter feito algo melhor, mas a confiança não pode falhar, basta fazer os longos e acreditar!
Essa semana fiz:
- Segunda, 8km corrida moderada com sprints de 200m, a cada km.
- Terça, musculação 1 exercício para cada grupo muscular + esteira 5km leve (até o L1) e a cada km fazia 250mts de subida a 6%.
- Quarta, descanso.
- Quinta cedo, 7x500m perto do L2 por 500m ritmo aquecimento + musculação a noite.
- Sexta, descanso
- Sábado, longão, consegui fazer 3h45 (34km) em asfalto para ganhar ritmo, muito sol e ritmo bem leve para não passar de 135bpm. Depois de 2hs os batimentos subiram, não deu pra escapar do sol, calor e desidratação.
- Domingo, descanso.
Próxima semana pretendo fazer muita subida e descida, mas com a esposa muito grávida tenho que me virar perto de casa, ou seja vai ser asfalto outra vez numa ladeira e as escadas do prédio.
Enzo Amato
14 semanas para meus 100km, musculação.
Musculação na corrida.
A musculação quando usada como ferramenta da corrida dura pouco tempo e nem dá pra enjoar porque os resultados são perceptíveis e você acaba se empolgando com tudo o que te faz melhorar.
A forma de conduzir o treino de força é diferente para alguém que sempre fez de outro que vai começar.
- Quem vai começar:
Deve começar com pesos fáceis para que o corpo se adapte ao movimento e a técnica. Depois do treino perceber se não está com alguma dor que não devia. Quem começa do zero em 8 semanas vai perceber um aumento muito significativo na força sem que para isso tenha que exagerar na carga, fazer careta ou gemidos durante o treino.
Exercícios básicos sob a orientação de um professor serão suficientes para você sentir o corpo mais forte. Não mais do que meia hora de treino 2 ou 3x por semana, podendo até ser no mesmo dia da corrida.
É importante ressaltar que 8 semanas vão mostrar ganhos de força da musculatura, já outras estruturas como tendões e ossos precisam de até 18 meses para se adaptarem. Portanto iniciante deixa de ser iniciante depois de 18 meses de treino regular. A sociedade é imediatista a natureza não!
- Quem já treina musculação:
Deve fazer exercícios mais específicos e voltar a atenção para ganho de força sem que isso comprometa os treinos de corrida. Algo em torno de 6 séries por semana para cada grupo muscular visando poucas repetições e mais peso. Vou correr 100km portanto resistência eu já tenho, o que quero com a musculação é aumentar o recrutamento de fibras musculares (força), 3 séries de 6 a 10 repetições já resolvem meu problema.
Eu sei que você já leu que treino de força é de 1 a 4 repetições com carga estúpida, mas vai fazer isso um ou dois dias depois de um treino de 4 horas de corrida. É preciso conciliar as duas modalidades sem que uma atrapalhe a outra. 6 a 10 repetições com um peso legal vai me deixar forte, não vai aumentar a massa muscular e vou conseguir correr bem disposto e sem dores.
Para corredor, e a maioria dos frequentadores de academia, meio agachamento (80º a 90°) é mais indicado, o custo X benefício nessa angulação é bem maior do que no agachamento completo. Ele recruta muitas fibras e economiza meus joelhos que já sofrem o suficiente na corrida. Clique aqui para ler mais sobre o agachamento.
Treinei poucas vezes nesta semana, mas com boa intensidade, sinto que as férias acabaram de vez e a Ultra Fiord cada vez mais perto.
- Fiz um treino “longo” de 20km acima do L1
- Um treino de 10km na esteira fazendo 800m plano a 150BPM e 200m com inclinação de 6% que fazia chegar a 170BPM.
- Musculação 2x garantindo a manutenção da força.
- E mais um treino de 19km progressivo atingindo L2 faltando 7km e daí até o fim. Já com a mochila da prova. (foto)
Até semana que vem. Rumo aos 100km.
Enzo Amato
15 semanas para meus 100km
Para 100km falta pouquíssimo tempo.
Já tenho a “bagagem” que considero importante para esse desafio, e agora só me faltam alguns treinos longos e chegar com o peso correto na largada. Essa explicação simplória na verdade é o que vai fazer toda diferença, o período de descanso entre os treinos, os ritmos, desgastes e objetivos de cada treino, a alimentação balanceada que me fará ir mais longe e me recuperar mais rápido, nenhum suplemento ou substância proibida. Claro, tudo isso e ainda trabalhando e esperando uma bebê linda que chega daqui 8 semanas.
Fiquei dois anos aumentando os tamanhos das provas e entendendo o que seria preciso fazer para não sucumbir e achar que dei o passo maior que a perna. A Ultra Fiord “me escolheu” e agora vou com tudo.
Vou contar um pouco sobre minha rotina nessa reta final de tal forma que sirva para qualquer objetivo, seja ele 100 ou 10km. Dicas, percepções, trabalho mental, peso, alimentação, enfim tudo o que um corredor normal pode sentir durante a preparação para uma corrida. Próximo texto será como conciliar a musculação nos treinos de corrida.
Enzo Amato
Rumo aos 100km, 1º ano de preparação…
Ao estabelecer o desafio ele parecia bem distante, quase inalcançável.
Mas depois de parar de tentar enxergar o último degrau da escada e passar a programar como chegar lá subindo cada degrau até que o último salto seja factível é uma longa jornada que exige planejamento e dedicação, como qualquer coisa na vida.
Em 2012 fiz meu 7º Ironman e sou daqueles que gosta de conhecer lugares novos, por isso fazer 7x a mesma prova foi o limite, precisava de outros desafios e comecei por estabelecer um. Fazer uma corrida de 100km, pois bem, para isso precisava passar pelas distâncias intermediárias e projetei o objetivo para 2 anos, assim teria tempo de fazer bem feito as distâncias menores aumentando quilometragem e confiança, enquanto melhorava a força na musculação.
Em 2013 participei de 3 provas de 42km, outras 2 de 50km e a maior, que foi de 63km todas fora de estrada, estabelecendo os treinos e como seria o período de descanso e a supercompensação entre elas.
O resultado de 2013 foi satisfatório, melhorei minha endurance, meu corpo foi se adaptando a fazer atividade física por várias horas sem sofrer demais, mas ainda me perguntava, como haviam tantos atletas fazendo provas de 160km, como eles treinavam, o que comiam, como aguentavam tantos kms???
A resposta foi aparecendo em 2014 quando aumentei um pouco mais as distâncias e comecei a colher os frutos do ano anterior. O calendário apertou e em 12 semanas acumulei 6 treinos ou provas longas entre 3 e 9hs, que culminaram numa corrida de 80km, a Fiambala Desert Trail que me tomou 12h25. (clique e leia)
Aprendi que o corpo e a cabeça vão se acostumando às muitas horas, os treinos me ajudaram a escolher comidas, roupas e equipamentos adequados, proteger áreas sensíveis, mas principalmente meu discernimento como treinador contou muito na hora de equilibrar os 5 pilares, musculação, corrida, alimentação, descanso e a mente. Separados, esses 5 fatores tem muitas variáveis que nos influenciam, e combiná-los me dava uma quantidade enorme de variáveis que tive que controlar de acordo com o que tinha feito e o que vinha pela frente.
O desafio de chegar aos 100km ainda precisa de continuidade, em 2014 colhi o que plantei em 2013 e ano que vem pretendo enxergar detalhes que do primeiro degrau da escada ainda não conseguia ver. Cada vez subo mais, aprendo mais e divido com vocês.
Veja as provas que fiz em 2013 e 2014 na página, Rumo aos 100km.
Continua em breve…
Enzo Amato