Os 3 primeiros textos falavam sobre os treinamentos para essa prova, no mínimo, pitoresca. (clique para ler texto 1, texto 2 e texto 3) Agora deixo registrado, com base na opinião de uma pessoa que passou a vida na aridez, ao lado da cordilheira, aliada às minha corridinhas que costumo fazer durante as festas de fim de ano no mesmo local.
Assim que botar a cara pra fora do avião nenhuma gota de suor vai escorrer a partir daí, só no dia da prova. O ambiente vai pegar toda umidade que você oferecer sem dar tempo de que ela possa escorrer pelo seu rosto, tudo se evapora! Você vai suar e se desidratar como sempre, mas não vai perceber! A sensação de moleza e indisposição será constante e pensar em correr a prova no ritmo que você treinou ao lado de casa vai parecer impossível, e talvez seja mesmo! É o que aconteceria com um morador de lá que viesse para o Brasil, a mudança de ambiente seco para úmido o deixaria com moleza. É por isso que não acredito em correr no ritmo do treino, nesse tipo de prova. Teremos que chegar lá bem treinados, descansados e começar a prova com cautela até nos sentirmos seguros.
Cuidar da hidratação é o principal, desde a chegada em Calama até a prova. Não correremos numa altitude tão significativa, entenda a partir dos 3500m, a prova acontece a 2400m, mas quanto mais alto, mais água precisamos.
Nessa altitude não acredito que chegaremos a sofrer ou precisar ter algum cuidado específico além da hidratação e evitar insolação, mesmo assim deixo as possíveis dicas para caso o “mal de altitude” resolva aparecer. Cada organismo reage de uma forma diferente, alguns precisarão de sal quando a pressão baixar, mas quem tem pressão alta não, por isso considero interessante pedir orientação ao seu próprio médico.
Outro ponto importante é fazer um seguro saúde para o período que ficaremos no exterior. Basta perguntar em qualquer agência de viagens, é um produto vendido a parte.
O que levar na mochila de viagem:
- Creme hidratante para o corpo e rosto;
- Xampu anti caspa e condicionador;
- colírio, só se indicado pelo oftalmo;
- Protetor labial e manteiga de cacau;
- Roupa de calor e frio;
- Boné;
- Óculos de sol;
- Ibuprofeno, em caso de dor de cabeça, ou o que estiver acostumado a tomar quando tem dor de cabeça.
O que usar na corrida:
Roupas claras, protetor solar, óculos de sol, boné, protetor labial, tênis confortáveis e de preferência de cor clara, meias brancas e pés protegidos, pode ser com vaselina, micropore, hipoglos ou esparadrapo…porque os pés vão esquentar bastante e bolhas podem aparecer com mais facilidade.
Outros cuidados são os mesmos para qualquer viajante, cuidado com a água, isso inclui sucos misturados com água, refrigerantes com gelo no copo, alface etc… Perceberemos que a água é diferente ao tomarmos banho. Nós brasileiros, chilenos e argentinos, por incompetência política, deixamos que nossas águas se contaminem através de empresas estrangeiras que exploram minério. Estrangeiras e até nacionais como a Vale. Por isso muito cuidado.
Se ficou alguma dúvida me escreva. O próximo texto vai ser sobre possíveis estratégias de prova.
Enzo Amato
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Olá Enzo, muito bom o seu artigo e suas dicas.
Corri a maratona do Atacama no ano passado, na primeira edição, e antes estava morrendo de medo da altitude, calor, secura e etc…mas o o que pegou mesmo foram as dunas intermináveis, por isso recomendo muita musculação. Quanto a altitude, sou médico e estudei um pouco antes da prova e pude confirmar o que li. Na altitude da prova, em torno de 2400 metros, não existe o mal da montanha, o que ocorre é uma discreta queda no VO2, em torno de 10% por conta da menor pressão atmosférica e por consequência uma menor pressão parcial de O2. Eu não senti nem a secura e muito menos o calor, pois estou acostumado a treinar em minha cidade, Ribeirão Preto-SP, onde normalmente chegamos a 44°C no verão e 30°C no inverno com umidade abaixo de 20%.
Esta corrida é maravilhosa e o visual compensa qualquer dificuldade. Só senti falta de mais força nas pernas pois sou acostumado a correr no asfalto.
Então pessoal, mandem bala nos longos e musculação, em março vocês não vão enfrentar tanto calor.
Boa sorte a todos, tenho certeza que vão adorar a prova!
Detalhe, não esqueçam de levar umas balinhas de coca durante a prova, rsrsrs, ajuda um pouco. Vocês encontram no comercio local.
Olá Ricardo, muito obrigado por ter contribuído com suas dicas, estava esperando por alguém que tivesse feito a do ano passado escrevesse.
Não sabia que em Ribeirão Preto tivesse tão baixa umidade. O que mais me incomoda é isso, mas vamos ver como os que estão acostumados com alta umidade nos adaptaremos. Sem dúvida a queda no VO2 também existe, mas até então não sabia que era em torno de 10% para essa altitude.
Obrigado mais uma vez, nós que vamos pela primeira vez agradecemos!
Ricardo, suas dicas realmente são valiosas. Esse ano vou correr a prova pela primeira vez, então qualquer informação, principalmente vindas de alguém que já disputou essa prova, é muito importante.
Queria saber como estava a temperatura na hora da largada e durante a prova. É algo muito diferente do que vivemos em São Paulo? E quanto a hidratação, a que é fornecida durante a corrida é suficiente? Na sua opinião, há necessidade de se ter uma mochila de hidratação?
Abs
Olá Enzo, meu nome é Gabriel, estava na internet vendo coisas sobre o Ironman, e vi um comentário seu, gostei da sua mensagem e do seu site.
O Triathlon é um esporte que me encantou e encanta, e o meu esporte preferido e o meu objetivo é poder praticar ao máximo quando eu tiver a idade certa, eu tenho 11 anos, já faço vários treinos de natação e treino também um pouco de ciclismo.
Meu pai é ex-triatleta. E como gostei de você, gostaria de tirar algumas dúvidas, como:
Qual é a idade certa para começar a praticar Triathlon?
Como é alimentação de um triatleta?
Tenho 1,61 metros de altura, posso comprar uma bike speed?
Qual é a altura certa e o tamanho do braço certo para colocar um clip na bike?
Como são os treinos dos triatletas?
Qual é a idade certa para fazer um Ironman?
Se quiser me responder mande para:
[email protected]