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Tênis The North Face Ultra Trail
O que achei do recém lançado modelo Ultra Trail da marca The North Face.
Fiz um único treino de 5km com ele, e sem pestanejar decidi levá-lo para uma prova de 50km que faria 10 dias depois, (leia com foi) sabia que não iria incomodar e não precisava ser “amaciado”. Essa prova resultou não sendo muito técnica, mas 50km são 50km e passei por alguns desafios que me ajudaram a avaliá-lo, por exemplo ao cruzar um rio a drenagem foi rápida e o tênis voltou a ficar leve rapidamente, as meias também são importantes nessa hora, outra boa impressão foi a de ter corrido por quase 7hs sem que ele me incomodasse.
Como o tênis não foi muito exigido não tenho mais a dizer quanto a essa prova, já a corrida seguinte, durou pouco mais de 5hs com todo tipo de terreno, uma das corridas mais alucinantes que já fiz, (leia como foi a VUT) e dessa vez sim, ele foi muito exigido, só não achei lama no caminho. Quando o pé era jogado pros lados eu não sentia as costuras ou qualquer material rígido, já com modelos mais duros preciso proteger os dedinhos com esparadrapo, mas com esse modelo foram irrelevantes. Os cravos não são tão espaçados quanto um modelo famoso de outra marca, mas isso deixou o pé um pouco mais protegido de pedras pontudas, mesmo sendo um calçado bem leve, 275gr e até que baixo.
Tracionou muito bem, mas como disse não peguei lama, só me falta esse teste. Talvez ele tenha uma pontuação mais baixa se levarmos em conta só lama, mas ao somar todas as situações de prova a média geral sobe muito por ser muito versátil e bom para terrenos mistos, como pedras, estrada de terra batida, areia e asfalto, que normalmente é o que encontramos nas provas.
Gostei muito do desempenho, vale o preço e desbanca modelos mais caros, pedrinhas pequenas se acomodaram na palmilha, mas nessa prova o terreno era tão agressivo que em algum momento acabei esgarçando a trama lateral de um ante pé, provavelmente numa pedra, coisas da trilha, mas ele ainda aguenta muitas provas parecidas. O solado por ter muitos cravos vai desgastar mais devagar. Somadas, as duas corridas acumularam 12hs de uso e a sola parece nova.
Preço sugerido: R$ 449
Depois de 100km: A terceira prova que fiz foi a Ultra Fiord 114km com muita lama e montanha, que me custou 28 horas, mas quando ainda me faltavam 70km ele rasgou na lateral, o que me deixou muito preocupado. A prova foi duríssima, mas não esperava que acontecesse isso. É um modelo mais para estradas de terra do que para provas muito técnicas pois o cabedal é frágil.
Depois de 300km: Não chegará!
Usei na Ultra Maratón Aconcágua 50km, Vulcano Ultra Trail 35km e Ultra Fiord 114km.
Avaliando a preparação para Cozumel
Há um ditado italiano que diz, é fácil saber porque o barco afundou, depois dele já ter afundado. Por isso deixo uma avaliação do que senti durante a minha preparação. Sinto que fiz o que era necessário, se eu estiver certo, vou fazer uma boa prova, se estiver errado só vou descobrir lá, mas mesmo assim tentar fazer uma boa prova.
Cheguei ao final de mais uma preparação de Ironman, desta vez treinei diferente, li alguns artigos interessantes que me estimularam a treinar menos do que já vinha fazendo, e olha que já costumo treinar menos do que a maioria dos atletas de Ironman que conheço, essa era a oportunidade para testar isso, a monotonia de estar sem o grupo que costuma treinar comigo para a etapa aqui do Brasil também fez com que eu reduzisse o volume de treinos. Já imaginava isso, mas agora senti na pele que treinar sem a galera é muito chato. Fiz o que considerei necessário para ficar condicionado. Foi diferente das outras 5 vezes, e vou acreditando que dará certo, e mesmo que não dê, vai servir de aprendizado e me ajudar na preparação do ano que vem de qualquer forma.
É difícil dar palpite sobre o tempo final, numa prova que começa quando o sol nasce, e no meu caso, só termina quando o sol já se pôs, muita coisa pode acontecer e qualquer uma delas pode interferir no resultado, e justamente por esses inúmeros motivos é que vou pensando em ver, ouvir, sentir, cheirar e provar tudo o que o Ironman Cozumel pode me oferecer, seguirei minha percepção de esforço, vou no meu limite e não quero saber do relógio. Vou nadar sobre os corais em água cristalina e visibilidade de muitos metros, depois vou pedalar ao redor da ilha e boa parte do percurso com vista para o mar, será que eu preciso mesmo me preocupar com o relógio? Só pretendo usá-lo durante a corrida para calcular o ritmo, o tempo que aparecer no pórtico de chegada terá sido resultado de uma prova que considero uma experiência de vida. Quero cruzar a linha mais uma vez e não importa se 1 minuto mais rápido ou 2 horas depois, quero chegar!
Espero que tenha gostado da sequência de 8 textos onde tentei explicar como minhas semanas se passavam e como a preparação evoluía. Mas ainda não acabou, quero enviar fotos e comentários de tudo o que rola no evento e depois poder contar com detalhes como foi. Na listagem o número 381 será apenas mais um número, mas atrás dele terá toda uma história.
Até breve.
Enzo Amato