Arquivos Mensais:outubro 2010
Ultra Maratón de Los Andes, como foi. (parte 3)
Leia como foi a parte 1 e parte 2
Final de prova, 4:45 da tarde, a Paula e a amiga dela Laura, que mora em Santiago, me esperaram por 3 horas e mesmo assim estavam de bom humor na hora que cheguei, fiz uma massagem rápida, tomei alguns copos d’água e seguimos de carro para a casa da Laura onde passaríamos a última noite. Não reparei em quase nada quando entrei, mas logo vi que era um sobrado e que eu teria que subir e descer escadas, rs. Eu estava sujo, cansado, com sono, os pés doloridos e a fome chegaria em breve. Os dias antes da prova foram de frio, mas depois o calor predominou, tomei um banho caprichado, na velocidade que conseguia me movimentar. Minha mente já sabia que a prova havia terminado e meu corpo só queria trabalhar para a própria recuperação sem mais esforço físico, mas eu tinha que descer as escadas para comer, os dois joelhos doiam e a parte anterior das coxas mais ainda, desci apoiado onde podia, comi um belo prato de macarrão e dois hamburgueres enormes, nunca vi um desses aqui no Brasil. Era mais ou menos 6 da tarde quando fui dormir, pedindo para que me acordassem para o jantar, pois o irmão da Laura faria um churrasco típico argentino, apesar de estarmos no Chile, todos alí eram argentinos.
A Paula tentou me acordar a noite, mas disse que eu respondia como bêbado e nem me mexia, só acordei as 10 da manhã, ou seja, dormi 16 horas seguidas, acordei com muita dor nas pernas, era o início da dor muscular tardia, aquela dor que surge normalmente um dia depois de um esforço a que não se está acostumado. Ao contrário do que muita gente pensa o correto nessa situação é não alongar, e apenas esperar a dor passar, pois as fibras musculares sofrem micro lesões, decorrente do esforço físico, e normal depois de um treino bem feito ou competições, e o alongamento das fibras aumentam as micro lesões retardando ainda mais a recuperação. Acordei com bastante fome e fiz um café da manhã duas vezes maior do que o normal. Duas horas depois almoçei.
Arrumamos as malas e fomos para o aeroporto pegar o voo para Mendoza, é um voo de 40 minutos que cruza a cordilheira, o céu estava limpo, a vista era espetacular, hipnotizante, e tinha um sentido diferente para quem havia acabado de correr por lá e conhecia, pelo menos uma pequena parte, a fundo como eu conhecia.
Passamos o domingo em Mendoza e na segunda pela manhã seguimos de carro para San Juan, onde mora toda família da Paula, íamos para o casamento da prima dela no sábado e me animava a idéia de descansar a semana toda. Domingo e segunda caminhava lentamente e com muita dificuldade, sentar na cadeira era um esforço extremo, mas sentia que a cada dia a dor ficava menor. Não comi tanto quanto imaginava que comeria, abusei em algumas coisas, mas não sentia tanta fome. Na terça já caminhava melhor e fui convidado para um passeio irrecusável no dia seguinte, pedalar de mountain bike por trilhas na paisagem árida de San Juan, capital argentina do ciclismo. Estava com muito receio de que se voltasse a fazer esforço físico sentiria alguma dor que limitasse meu passeio e estragasse o treino de todo o grupo, porque não fazia a mínima idéia de como voltar pra casa sozinho.
Acordei na quarta com pouca dor, caminhava com naturalidade, mas não conseguia me agachar. Puxo a orelha dos meus alunos que querem retornar logo aos treinos depois de um desafio ou competição forte, não é porque os músculos não doem que os ligamentos, tendões e ossos estão recuperados. Você pode conseguir treinar normalmente no início, mas sentir um urso subir nas costas em pouco tempo ou pior, se lesionar.
Em boa parte das cidades argentinas se faz a siesta e é nessa hora que os treinos são agendados. Almoçei, e as 2 da tarde me encontrei com um pequeno grupo, seguimos até um posto de gasolina e lá éramos por volta de 40 pessoas com suas mountain bikes e muito protetor solar porque estava 32° e na trilha não existe sombra. Pedalamos por uns 30km em 1h30min, foi um pedal tranquilo, pois a maioria tinha uma prova no fim de semana e por isso pedalaram leve. Estava cansado, mas sem nenhuma dor e o visual valeu a pena. As 4 da tarde estávamos de volta e o pessoal da cidade volta a trabalhar.
O resto da semana foi tranquilo, sinto que ainda não posso correr, e nem quero, vou esperar pelo menos mais uma semana para correr outra vez e ainda assim, sem objetivos de performance, quero “férias” para em Janeiro voltar, com vontade, para o objetivo principal do ano que é o Ironman em Maio.
Fotos da Ultra Maraton de Los Andes.
Algumas fotos para ilustrar.
Ultra Maratón de Los Andes, como foi. (parte 2)
Partimos de 900 metros do nível do mar, e cada km levava entre 7 e 13 minutos nesse trecho, com 10km já estávamos a 1700 metros e mais de 2 horas de prova já haviam se passado num percurso muito difícil, passei pelo primeiro ponto de apoio rapidamente só tomando um gatorade. Dos 10 aos 20km desceríamos outra vez até os 900m. Havia outro ponto de hidratação por volta do km 20, demorei um pouco mais retirando alguns lanches da parte de trás da mochila e passando para frente, nesse momento os corredores de 50km, que haviam largado as 5 da manhã, se juntavam com os de 80km. A essa altura já era notório saber quem havia acabado de começar a corrida e quem já estava a mais de 3 horas alternando escalaminhada com corrida, mas nesse momento dois brasileiros me cumprimentaram, uma moça que seguiu adiante e um rapaz chamado Pepe, de Curitiba, que puxou conversa e fez com que eu desse uma reanimada. Ficamos por algum tempo juntos, mas não agüentei o ritmo e fiquei para trás. Já me preocupava um pouco porque o percurso havia sido muito difícil no início, me sentia cansado, sabia que faltava muito e imaginava se seria assim o tempo todo, mas não havia o que fazer a não ser seguir em frente.
Passei por vários momentos de altos e baixos durante a corrida, um dos mais longos foi durante a noite, já era quase 6 da manhã e nem sinal de que o sol estava por acordar. Sabia que estava num lugar de paisagem esplendorosa e não conseguia ver nada além do foco de luz da minha lanterna e de vez em quando as luzes da cidade de Santiago lá embaixo, que realmente era muito bonito, mas não valia o esforço mental e físico de correr por horas na escuridão só para essa vista. Quase 7 da manhã, o dia começa a clarear, estava no km 28 com 5 horas de prova, era assustador pensar que faltavam 52km, por isso tentava esquecer, apreciar a paisagem, tirar fotos, caminhar e correr quando possível. Pela altimetria íamos subir do km 20 ao 50, chegando a 2400 metros de altura.
No posto do km 33 peguei minha sacola, recarreguei a mochila com os lanches, troquei os óculos transparentes por um de sol, deixei as luvas e corta vento, comi umas amêndoas e biscoitos doces que a organização oferecia, fiquei uns 5 minutos, fazendo tudo sem pressa, quando voltei à prova me sentia melhor, por isso resolvi que em todos os postos de hidratação ia ficar um tempo relaxando para ver até em qual deles essa estratégia ia funcionar. Continuava com uma camiseta e a primeira pele, pois o sol ainda não esquentava.
Por mais que o tempo passasse rápido, os quilômetros não, a subida era interminável e impossível de correr, pela altimetria íamos subir do km 20 ao 50, chegando a 2400 metros. Quanto mais alto, mais bonita era a paisagem, ainda se via neve em várias montanhas, e a vista alcançava tão longe que as fotos não conseguiam retratar a imensidão. Estava num dos lugares mais bonitos e mais difíceis que já havia chegado em uma corrida e sabia que poucas pessoas haviam visto e vivenciado os Andes daquele ponto de vista. Isso tornava a experiência mais especial, mas a corrida não acabava ali, e para completar esse desafio ainda me faltava muito, estava no km 52 com mais de 9 horas de prova, ou seja, era mais de 11 da manhã, eu havia começado a correr as 2, e faltava 28km. Supostamente tudo em descida para retornar aos 900m que começamos, mas sempre aparecia uma subida íngrime no caminho, nesse nível de cansaço as descidas detonavam os joelhos porque os músculos já não seguravam muita coisa, tinha o meu bastão de trekking que me ajudou muito, mas como disse, nesse nível de esgotamento qualquer lombada vira montanha.
Cheguei ao km 60 com a certeza de que ia completar o desafio, ainda podia apreciar muito a paisagem e isso me dava ânimo, quando estava perto do km 64 me perdi, quando me dei conta já não via as fitas que demarcavam o caminho e estava numa propriedade particular, saí da trilha para ver se encontrava outra estrada, mas nenhuma delas tinha as fitas, por isso resolvi voltar todo o caminho até a última fita que havia visto, isso me tomou uns 20 minutos, mas o pior foi que também levou minha vontade de continuar, talvez porque quando estava no caminho certo corria com outras 6 pessoas e agora estava só, nesse ponto da prova não era só a natureza que se escutava, também haviam máquinas e motos, já não estava mais num local de difícil acesso, parecia que estava numa estrada de terra comum perto de um sítio, o sol estava quente e eu cansado, muito cansado. Caminhava lentamente com vontade de que a corrida terminasse ali mesmo. Numa das muitas subidas que ainda encontrava pelo caminho, resolvi parar debaixo de uma árvore que fazia sombra, comi 2 lanches de uma vez e tomei o último gole de isotônico que restara, enquanto isso um outro corredor sentou-se, também exausto e quando um terceiro se aproximou, voltamos a caminhar, só queríamos chegar ao último ponto de apoio no km 74. Aquele que se animava um pouco tentava correr e puxar os outros, mas nossa corrida a essa altura era uma piada, o que corria praticamente não se afastava dos que andavam, levei incríveis 2 horas para fazer 7 km, até que finalmente chegamos ao ponto de apoio do km 74, e lá estava o outro grupo de 4 corredores, aqueles que me acompanhavam antes que me perdesse, uns estavam deitados, outros comendo e nenhum de nós parecia ter pressa, sabíamos que íamos chegar seja lá quando fosse, comi quase tudo o que tinha a disposição, frutas secas, amêndoas, amendoim salgado, bolacha doce, chocolate, banana, água e isotônico, parecia um saco sem fundo e dalí partimos, os 7 muito próximos uns dos outros, a vontade de chegar superava a dor que todos sentíamos, e fizemos esses 6 últimos quilômetros correndo como corredores de verdade outra vez, a terra estava muito solta nesse trecho, via pessoas caindo, inclusive eu, mas o que era ralar o antebraço depois de correr 76km? Isso mesmo, nada! Era só levantar e continuar correndo para chegar “logo”. Era tanta euforia que consegui me perder outra vez, mas agora só por uns 100 metros, rapidamente voltei à trilha, quando cheguei ao asfalto sabia que faltava menos de 1km, e mesmo assim ainda tinha subida, dá pra acreditar??? Enfim, a mente fez com que eu corresse realmente forte outra vez, havia poucas pessoas na rua, mas as que estavam lá me cumprimentavam como se eu fosse o primeiro colocado, acenei para a Paula, ela e a Laura começaram a pular e gritar, fiz o último retorno e cruzei a marca de 80km em 14h45min.
O cansaço físico era tremendo, as pernas doíam muito e sentia que ia perder várias unhas, mas nada vai apagar essa experiência incrível, eu havia corrido 80km pelos Andes, e depois que as bolhas curarem e a dor passar, o orgulho vai durar para sempre.
Enzo Amato
Ultra Maratón de Los Andes, como foi. (parte 1)
Finalmente!!!
Depois de muito esperar e treinar, chegou a hora. Partimos para Santiago dia 14 pela manhã e na hora do almoço já estávamos instalados num hostel (tipo albergue da juventude) num bairro muito charmoso, chamado Providencia. A opção de ficarmos num hostel partiu da Paula, minha namorada. Apesar de ser muito mais simples que um hotel, tínhamos uma cozinha a disposição, que às vésperas de uma corrida que exige alimentação especial, veio bem a calhar.
Santiago é uma cidade muito bonita e certamente quero voltar para aproveitar mais, comer peixes do pacífico e fazer passeios de turista, já que desta vez tivemos que abrir mão.
Essa prova é muito particular em diversos sentidos, como a largada era as 2 da manhã, sabia que tinha que dormir no meio da tarde para acordar renovado no início da noite, jantar e ir para a corrida, mas lógico que não foi bem assim que aconteceu. Acordamos na sexta de manhã e saímos para passear um pouco, pois não queria ficar no quarto o dia todo. Para mim já era o dia da prova e estava todo meticuloso com os horários de comer e principalmente reparando onde ia comer, são coisas que não damos valor quando estamos perto de casa, mas em outro país e no dia de uma corrida extrema se torna um ponto chave, mas enfim fizemos um lanchinho no meio da manhã e almoçamos com a amiga da Paula, meu cardápio dos últimos dois dias era macarrão. Depois disso caminhamos meia hora de volta ao hostel, para minha “noite” de descanso. Consegui dormir das 16 às 18 horas e a partir daí já comecei a arrumar a mochila e alimentação para a prova. Preparei o jantar no hostel, meio pacote de macarrão com molho pronto, uma delícia. Enquanto cozinhava preparei os sanduiches que levaria na corrida, uns de queijo branco, outros de geléia, tinha também umas castanhas do Pará e só, o resto ia pegar nos postos de hidratação. Nesse momento percebi que estava ansioso porque vi que me faltavam as batatas cozidas que queria levar na mochila, esqueci de comprar no mercado e só lembrei quando fazia os lanches, nesse ponto parti para o plano B, a Paula foi ao mercado comprar mais pão porque a essa hora já não daria tempo de cozinhar as batatas e lá estava eu com quase 1kg de pão porque cada um pesava quase 100gr. No final das contas tinha comida suficiente e não me preocupei por isso.
As 22 horas a amiga da Paula foi nos buscar no hostel e 40 minutos depois estávamos no local de largada, perto da montanha num bairro afastado e muito exclusivo de Santiago, fazia muito frio naquela noite e o vento ajudava a baixar a sensação térmica. Faltava muito tempo para a largada e eu não queria sair do carro para me arrumar, mas logo me despedi da Paula e da Laura e a partir desse momento o tempo passou muito rápido, praticamente não matei tempo, fiquei me arrumando, depois arrumei a sacola que me entregariam no km 33 da prova, nessa sacola deixei a maioria dos lanches, protetor solar, óculos de sol e papel higiênico, pois nunca se sabe. Essa sacola seria mais usada para eu deixar coisas, pois nesse ponto o dia já estaria claro e não precisaria mais de lanterna e do corta vento.
Pouco antes da largada o Leonardo de BH se apresentou, pois viu minha bandeira do Brasil na mochila, com pouco tempo de conversa percebi que ele faria uma ótima prova e assim o fez.
Ouvimos os últimos detalhes do organizador, lanternas de cabeça ligadas, nada mais a fazer ou esquecer, e pontualmente as 2 horas, nós, os 72 homens e 6 mulheres, largamos.
O que rolou na corrida conto no texto 2.
Eletrencefalografia comprova melhora do humor em caminhadas longas
Fonte:Vya Estelar (UOL)
Os efeitos da atividade física regular na saúde mental, como a melhora do humor, ansiedade e depressão são frequentemente documentados na literatura científica. Consequentemente, a melhora da saúde em geral leva a uma melhora da qualidade de vida.
Nesse sentido, trabalhos científicos correlacionam esses efeitos com um aumento da ativação de diferentes áreas do sistema nervoso central. Especificamente, a associação entre atividade física, estado de humor e ativação cerebral também tem sido demonstrada em vários estudos.
Existem evidências indicando que alterações do humor estão associadas com alterações na atividade cerebral (eletroencefalográfica) e pesquisas têm mostrado essa associação com indivíduos jovens, saudáveis e fisicamente ativos.
Reforçando esses achados, um estudo realizado por pesquisadores da Alemanha avaliou a associação entre atividade eletrencefalográfica (EEG) e humor em idosos depois de uma caminhada*. Foi observado que o aumento da atividade cortical frontal estava associado com a atividade física (caminhada de 45 a 60 minutos). Nesse sentido, estudos anteriores têm correlacionado também a ativação dessa área com o estado de humor**.
Para se ter uma ideia do tempo de caminhada mais adequado para provocar melhoras significantes, estudos anteriores mostraram que a melhora de humor não são muito evidentes com caminhadas muito curtas (menos que 10 a 15 min)***. Isso foi comprovado por outras investigações científicas relatando que essas alterações ocorrem com caminhas mais longas.
Os efeitos benéficos do exercício nos aspectos mentais e de humor no idoso têm sido bem documentados em muitos estudos. A caminhada é uma atividade física adequada, geralmente segura e com poucos riscos para pessoas idosas.
Com respeito aos dados do estudo recentemente publicado*, podemos assumir que um programa de exercícios físicos como caminhadas longas podem melhorar o estado de humor, como evidenciado por alterações da atividade elétrica em áreas do cérebro relacionadas com essa sensação de bem-estar.
Embora, as informações a respeito dos benefícios da atividade física nos vários aspectos da saúde mental do indivíduo já tenham sido evidenciadas, esse estudo confirma esses benefícios com uma análise eletrencefalográfica.
Em conclusão, existe razões para acreditar que a atividade física regular apresenta efeitos benéficos na saúde física e mental em idades mais avançadas.
*Vogt T, Schneider S, Brümmer V, Strueder HK. Frontal EEG asymmetry: the effects of sustained walking in the elderly. Neurosci Lett. 2010 [Epub ahead of print] **Petruzzello JS, Ekkekakis P, Hall EE. Physical activity, affect, and electroencephalogram studies. In: E.O. Acevedo, P. Ekkekakis (Eds.), Psychobiology of physical activity. Human Kinetics, Champaign, 2006, pp. 111-128. *** Hall EE, Ekkekakis LM, Van Landuyt LM, Petruzzello SJ. Resting frontal asymmetry predicts self-selected walking speed but not affective responses to a short walk. Res Q Exerc Sport, 2000; 71:74-79.
Falta 1 semana
Depois de uma semana praticamente sedentária, voltei aos treinos, mas agora só esperando a corrida chegar. Fiz treinos curtos e de certa forma com intensidade alta, mas nada que me desgastasse muito. Tinha em mente que essa semana não teria exageros e que teria que me sentir forte e disposto, o que realmente aconteceu na quinta. Veja como foi a semana que antecede a prova.
Segunda: Descanso
Terça: 9 dias depois da maratona, voltei a treinar, corri 30 minutos bem leve com uma aluna pela manhã, afinal, tenho que trabalhar também rs, a tarde fiz meu treino de musculação, mas ao invés de 3×10, fiz só 2×10 para estimular e manter a musculatura, sem cansar. Depois corri por 35 minutos numa velocidade confortável, e o que deixou o treino interessante foi elevar a esteira 1% a cada 3 minutos, chegando a 8% com os batimentos tão altos quanto numa prova de 10km. Depois voltando ao plano gradualmente e aumentando a velocidade para manter os batimentos ainda altos. Esse tipo de treino é uma boa saída para correr com os batimentos no limite sem precisar correr tão rápido e se expor a uma lesão. Para quem não vai correr em montanha ou não está acostumado a subidas, uma sugestão seria variar a subida de 3 minutos com plano de 2 ou 3 minutos por algumas vezes.
Quarta: Descanso
Quinta: Mesmo treino de terça. Me sentia muito bem, muito disposto, forte e com energia de sobra;
Sexta: Descanso;
Sábado: Último treino na escada, subi e desci os 15 andares do meu prédio 8x em 35min. Destaquei em vermelho as vezes que subi a cada dois degraus.
2:29 / 2:02 / 2:12 / 1:59 / 2:30 / 2:17 / 2:30 / 2:12 as descidas ficaram sempre entre 1:45 e 2:00 e são elas que deixam as panturrilhas doloridas no dia seguinte, mas sabia que teria tempo para me recuperar. Logo depois do treino fui numa festa de casamento onde a dieta passou do limite;
Domingo: De acordo com minha nutricionista, começei a dieta de supercompensação, que seria o seguinte:
6 dias antes da prova diminuo o estoque de carboidratos reduzindo a mais ou menos 1/4 do normal invertendo proporcionalmente a quantidade de proteína e gordura da dieta, por 3 dias. Faço treinos sem gel ou qualquer outro tipo de carbo. Já nos 3 dias que antecedem a prova volto a comer mais carboidratos que o normal e diminuo proporcionalmente a quantidade de proteína e gordura. No fim das contas a quantidade de calorias é sempre a mesma, o que muda é a disposição de cada alimento no prato. A intenção é fazer com que o corpo sinta falta do carboidrato e depois, acumule mais. Não teria coragem de fazer isso na semana da prova se não confiasse no trabalho da minha nutricionista, portanto só faça o mesmo se seu nutricionista achar necessário dentro da sua dieta e prova específica. No meio da tarde corri 1 hora confortavelmente com minha cachorra pelo o bom funcionamento da dieta e um pouco de peso na consciência pelos exageros da festa de casamento, que foi muito boa.
Acumulei 90km de mountain bike na semana toda, e sempre bem disposto.
Equipamentos nada sarados na academia
Rio de Janeiro – Você vai à academia para ficar sarado? Pois pode sair dela doente, se não tomar cuidados com a limpeza dos equipamentos. Pesquisa desenvolvida no Centro Integrado de Diagnóstico da Universidade Gama Filho (UGF) em estabelecimentos das zonas Norte e Oeste do Rio alerta para a presença de micróbios nos aparelhos destinados aos exercícios físicos. Após coleta de 27 amostras em colchonetes, selins de bicicletas e outros equipamentos, o estudo coordenado pelos pesquisadores João Carlos Tórtora e Adriana Pereira detectou a existência de indicadores de contaminação em 44,4% das análises. Fungos, vírus e bactérias — como coliformes fecais — foram encontrados em grandes concentrações em alguns equipamentos. “Chegamos a diagnosticar mais de 1.600 micro-organismos por cm² em alguns selins”, revela João Carlos, lembrando que a concentração de 100 bactérias ou fungos por cm² já é considerada carga microbiana excessivamente alta.
O ambiente normalmente fechado das academias e o suor proveniente da atividade física colaboram para a proliferação dos micro-organismos. “O ideal é que cada um tenha um colchonete, uma capa de selim e ainda tome banho antes e depois das atividades. Os equipamentos também precisam ser limpos com hipoclorito de sódio (água sanitária) ou álcool a cada utilização”, frisa o estudioso.
Conjuntivite, infecções intestinais, faringite, micoses e piodermites (furúnculos) são algumas das infecções que podem ser contraídas pelo contato. Nas academias da cidade, não é raro encontrar quem já tenha passado pela experiência desagradável. “Sempre fui adepta de esportes. Antes de me formar professora de Educação Física, passei por vários lugares e, em muitos, a limpeza não era a ideal. Cheguei a contrair micose nas costas e na barriga após aulas de abdominais sobre colchonetes”, revela uma das sócias da Academia Flex Gym, na Tijuca, Débora Ribas (CREF 016358-G/RJ), 28.
Atualmente, uma das principais preocupações de Débora é justamente a limpeza de sua academia. Ela e a sócia, Ana Maria Dalbello, compram produtos especiais, utilizados em limpeza hospitalar, para a higiene do local. “Gastamos R$ 300 por cada galão de 5 litros. O produto não tem cheiro e é feito à base de hipoclorito de sódio”, conta.
A limpeza da Academia Delfim, também na Tijuca, foi um dos fatores que levaram o empresário Paulo Peixoto, 49, a escolher o local para fazer suas atividades físicas. “Malho há mais de 20 anos, passei por oito academias. Já vi muita falta de higiene. E sempre tive a preocupação de limpar os equipamentos antes de utilizá-los”, explica.
Segundo João Carlos Tórtora, a vida útil dos panos utilizados na descontaminação dos aparelhos e colchonetes é de aproximadamente seis horas. “O ideal é que as academias oferecessem papéis-toalha descartáveis com álcool. Como isso não ocorre, a troca dos panos deveria ser feita duas vezes por dia ou a cada três utilizações”, afirma.
Falta de regulamentação específica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que determine limites toleráveis de contaminação ainda é o principal desafio a ser superado. Segundo a Anvisa, a orientação é para que as academias tenham instalados borrifadores com álcool perto dos aparelhos. “Fazemos apenas fiscalizações e investigações sobre as condições de higiene”, informou, em nota, a assessoria de imprensa da Anvisa.
A pesquisa da Universidade Gama Filho não foi autorizada em diversas academias da cidade sob a alegação de que elevada contaminação poderia ser encontrada, dada a impossibilidade de manter equipamentos e aparelhos limpos na existência de um grande fluxo de usuários.
Homens resistem ao hábito da limpeza
A limpeza dos aparelhos e colchonetes antes e depois da utilização ainda é vista com certo preconceito por muitos homens que frequentam academias. Alguns afirmam não ter qualquer preocupação com a higiene dos equipamentos, mesmo conhecendo os riscos de contrair doenças de pele. “Não tenho o costume de limpar nada. Acho tudo isso uma grande frescura”, opina André Caetano (CREF 026629-G/RJ), 25, professor de Educação Física.
Entre as mulheres, a realidade é diferente, principalmente para as que realizam atividades aeróbicas. “Saio da aula de ginástica localizada para o salão de musculação. Imagina se eu não limpasse os aparelhos antes e depois de usar! Estaria me expondo a um elevado risco de contaminação”, sabe a estudante Daniela Gomes, 23.
Para a esteticista Estela Rosa, da Clínica Nova Estética, no Largo do Machado, a realidade verificada nas academias retrata a pouca ou nenhuma preocupação dos homens com a saúde da pele. “Estamos diante de uma questão cultural. Na clínica, por exemplo, a cada 10 clientes, apenas um é do sexo masculino, e a procura ocorre sempre em casos extremos”, relata. Nas clínicas de estética, o tratamento mais procurado por homens é o de face, seja para terminar com manchas, cicatrizes ou acne.
Fonte: O Dia
‘Malhadora’ de 102 anos dá lição a jovens sedentários
A norte-americana Ida Wasserman se exercita sete dias por semana e prefere a musculação pesada
Fonte:Último Segundo 6/10/2010
Um programa de televisão produzido pelo canal BBC3 levou quatro jovens britânicos sedentários aos Estados Unidos para viver com alguns dos aposentados mais saudáveis do mundo, entre eles Ida Wasserman, que aos 102 anos faz musculação todos os dias. Ida é a estrela da comunidade para idosos Sun City, na Flórida, onde os aposentados fazem o que podem para limitar os efeitos da idade.
Ela se mudou para lá com quase cem anos, para morar perto da filha, então com mais de 70, que sugeriu que ela fizesse exercícios. Com a malhação, ela deixou de usar bengala e passou a ser muito mais independente.
Inspiração
Por ter começado a malhar com uma idade tão avançada, Ida se tornou uma inspiração para outros aposentados e também para os jovens britânicos, que assistiram boquiabertos a uma de suas sessões de musculação. “Vocês acham isso difícil?”, perguntou Ida rindo após se exercitar na cadeira adutora. “Eu acho muito fácil…”
Os jovens britânicos acharam a rotina da idosa muito difícil. “Depois de ver isso, não tenho mais desculpas para não me exercitar”, disse Caroline Miller, uma britânica de 22 anos que conta que o único exercício que faz é caminhar até o carro.
Mais saudável que um aposentado?
O programa da BBC3 “Are you fitter than a pensioner?” (Você está mais em forma que um aposentado?) tem como objetivo mudar o estilo de vida de quatro jovens que comem mal, fumam, bebem demais e não se exercitam. Além de Caroline Miller, Kevin Jay, um rapaz de 21 anos viciado em frango frito, a fumante Jacqualine Oliver, de 18 anos, e o amante de pizzas Sean Ryan, de 21 anos, passaram uma semana em Sun City, comendo de forma saudável e se exercitando na companhia de aposentados. No fim da semana, eles competem com quatro idosos malhadores em quatro esportes: natação, corrida, caiaque e ciclismo.
Preparação psicológica?
Você já ouviu alguém dizer que estava com medo de fazer determinada prova, que a “cabeça atrapalhou” em um momento difícil, que “faltou cabeça” para agüentar a pressão e o cansaço, que a ansiedade estava muito alta, que a autoconfiança deixou a desejar, que estava muito difícil se concentrar, que o jeito da pessoa ser a impediu de ter um melhor resultado, que as preocupações não a deixaram dormir direito no dia anterior, ou algo parecido? Com certeza alguns desses fatos já deve inclusive ter acontecido com você!
Tudo isso faz parte do universo esportivo, e convivemos com isso nas diferentes provas e nas mais diferentes modalidades. No entanto, tais aspectos são muitas vezes negligenciados, como se não fizessem parte da vida do atleta (profissional ou amador).
Quando penso uma preparação esportiva, penso em quatro tipos de preparações: técnica, tática, física e psicológica. E algo que chama atenção é que normalmente nos dedicamos a treinar apenas três delas: a técnica (a qualificação dos fundamentos, a execução correta dos movimentos, etc), a tática (conhecer a prova, criar uma estratégia, fazer um plano de treino, etc) e a física (o condicionamento físico, a alimentação correta, a prevenção de lesão, etc). Mas e a preparação psicológica? Na maioria das vezes é deixada de lado, como se a condição psicológica de um atleta não pudesse ser treinada. Mas não só pode como deve!
Justamente por isso falamos de uma preparação psicológica, uma vez que não envolve apenas intervenções pontuais, ou dicas/ sugestões para o dia prova (que também são válidas), mas sim um processo de preparação, que começa com uma avaliação psicológica do atleta que tem como objetivo mapear suas principais limitações e potencialidades e montar um Programa de Preparação Psicológica, em que escolhemos os temas, caminhos e estratégias para fazer seu acompanhamento visando desenvolver suas habilidades e competências psicológicas, deixando-o melhor preparado para os treinos e as provas.
Sempre brinco que psicólogo não tem bola de cristal nem varinha mágica. Muitas vezes as pessoas fazem perguntas do tipo: “Antes da prova começo a ficar com medo de não conseguir terminar e isso compromete toda a minha prova, o que eu faço?” E minha resposta só pode ser: “Não sei!”. É preciso conhecer essa pessoa, sua história, e a partir daí entender o que acontece e pensar formas de solucionar tal questão. É claro que existem dicas generalizadas e algumas “fórmulas” que muitas vezes são divulgadas, mas não podemos nos esquecer de que cada pessoa é única, e que muitas vezes as fórmulas não se aplicam a todas elas.
Ainda é rara a procura pelo acompanhamento psicológico em atletas amadores que tem no esporte um lazer ou uma prática não profissional, no entanto, a Psicologia do Esporte e do Exercício tem muito a contribuir, principalmente para qualificar a prática esportiva, tornar mais prazerosa, sem grandes medos ou cobranças, o objetivo não é focar no resultado, mas sempre na qualidade do processo, na crença de que o resultado é a simples conseqüência de um processo bem vivenciado.
Fazer atividade física com foco na saúde envolve também a saúde mental das pessoas, para muitos funciona como uma prática que podemos chamar de terapêutica, e a preparação psicológica para os atletas é também uma ótima ferramenta de autoconhecimento e autodesenvolvimento. Vocês sabiam que existia essa preparação psicológica? O que acharam?
Mandem sugestões de temas ou questões para que eu organize os próximos posts de acordo com os temas de maior interesse para tod@s. Todo mês estarei por aqui!
Forte abraço, e divirtam-se nos treinos e provas!
Rafa Dutra é psicólogo e tem como áreas de atuação a clínica, a educação e o esporte. É parceiro da Assessoria Esportiva Enzo Amato, parte da equipe de psicólogos do “Espaço da Psicologia” e da “Clínica Esporte Vivo”, psicólogo da seleção brasileira de handebol juvenil, da Academia Winner Tennis e faz parte da atual diretoria da ABRAPESP – Associação Brasileira de Psicologia do Esporte.
Destreinamento para os 80km, faltam só 2 semanas.
Domingo passado corri uma maratona e mesmo a considerando como treino, e tendo corrido devagar, meu corpo foi submetido a um esforço desgastante, foi o mais longo que fiz durante essa preparação, portanto usei essa semana para descansar e recuperar todas as estruturas exigidas na maratona como músculos, ligamentos, ossos, tendões, parte cardio, e voltar mais condicionado que antes, acumulando todos os benefícios desse “treino” longo. Um deles era fazer meu corpo e mente achar que 4 horas de corrida ininterrupta não é nada demais, pois para os 80km em montanha acredito que leve de 11 a 12 horas, certo que nem sempre de corrida, as vezes caminhada, escalaminhada, poses para fotos e apreciação da natureza, mas enfim, sempre com a intenção de chegar. Só voltarei a correr quando sentir que posso fazer uma prova longa outra vez, meu objetivo é dia 16/10 e preciso chegar lá 100%. Veja abaixo o que fiz, ou melhor, o que não fiz e porque.
Segunda: Descanso e com dor muscular nas coxas;
Terça: Descanso e pouca dor muscular;
Quarta: Descanso, mas sem dor muscular. O fato de não ter dor muscular não quer dizer que já estou pronto para correr novamente (sei que muitos corredores pensam isso), mas o corpo é composto por várias outras estruturas que levam mais tempo para se recuperar, como tendões, ligamentos e ossos. Se saísse para correr 10km sei que conseguiria, mas para 21ou 30km tenho certeza que não, e é exatamente esse erro que muitos corredores cometem. Fazem um treino extremo muito perto da prova principal e chegam no grande dia com meio tanque. Daqui até a prova só farei treinos curtos para chegar na melhor forma dia 16;
Quinta: Descanso, fui trabalhar de bicicleta pela primeira vez na semana, mas mesmo pedalando devagar me sentia cansado e com os batimentos acelerados. Sinal claro de que meu corpo ainda estava em processo de recuperação da maratona, ou seja, eu ainda estava menos condicionado do que sábado antes da maratona. A intenção do período correto de recuperação, é fazer meu próximo treino somente quando eu sentir que estiver melhor do que antes da maratona;
Sexta: Descanso;
Sábado: Descanso e leve abuso na alimentação durante a festa de casamento de Aline e Denis, mas enfim, sou atleta amador e posso sacrificar um pouco a vida de atleta pela social;
Domingo: Descanso.
Acumulei 20km de mountain bike em 1 dia de trabalho e levando a cachorra para passear, que por sinal passeou pouco pelo cansaço e muita chuva na semana.