Um dos legados da Copa

Achei legal, por isso está no blog.

AS INICIATIVAS DA COCA-COLA NO BRASIL PARA A COPA DO MUNDO DA FIFA 2014™

A edição de 2014 no Brasil começou, para a Coca-Cola, em 2012. Dois anos antes do Mundial, a empresa apresentou aos brasileiros o Mascote Oficial da Copa e a partir de então, dedicou-se a desenvolver e implantar trabalhos em torno dos três legados que a companhia pretende deixar para o país: Comunidades, Reciclagem e Vida Ativa. 

Esse último legado, que incentiva e dissemina a importância da prática esportiva, teve como carro-chefe a Copa Coca-Cola, que aconteceu no ano anterior à Copa do Brasil e cujos vencedores foram treinados para exercerem a função de gandulas. Os 445 meninos e meninas com idades entre 13 e 17 anos foram aprovados para atuarem nas 64 partidas do evento. Além disso, Vida Ativa será representado em campo por doze jovens que foram escolhidos para carregarem as bandeiras dos países cujas seleções se enfrentarão na final da Copa do Mundo, por terem histórias de vida ligadas à prática esportiva.  Também no último jogo do Mundial estarão outros 29 carregadores de bandeira que foram escolhidos para simbolizar as comunidades e a reciclagem.

Ainda de responsabilidade da Coca-Cola durante toda a competição, o gerenciamento dos resíduos sólidos nos estádios onde acontecem os jogos contará com uma equipe de 840 catadores de lixo que estiveram nos Treinamentos de Capacitação para Coleta Seletiva da Copa do Mundo da FIFA™, realizado pela empresa. 

Por meio dessas e outras ações a Coca-Cola Brasil está fazendo dessa Copa, a Copa de Todo Mundo!

Saiba tudo sobre a Coca-Cola na Copa do Mundo da FIFA 2014™ nas redes sociais da marca:

facebook.com/cocacola

twitter.com/CocaCola_Br


Spira Stinger 3

A evolução que faltava!

Recebi da Spira Footwear Brasil, o Spira Stinger 3 e aqui deixo minha opinião.

Spira Stinger 3

É dos meus tênis preferidos para correr forte, ou rodar, tem drop de 8mm (diferença de altura do calcanhar para o ante pé), é muito leve, só 220gr. tem a trama espaçada que ventila bem os pés e tem uma tecnologia inovadora de amortecimento com molas, WaveSpring, que promete manter o mesmo amortecimento por muito mais tempo que os concorrentes. É muito bom para provas e pode ser usado nos treinos também, já que a durabilidade tanto do solado quanto do amortecimento é maior. Tem a fôrma larga, para pisada neutra, é simplista e puramente funcional, feito para correr! Bom para asfalto e academia, tem bom agarre e apesar de parecer ter a sola lisa, mesmo depois de muitos kms rodados ela continua como nova, mas não serve para trilhas.

Me desapontei com o modelo anterior porque as molas faziam barulho por causa da sujeira que entrava na sola vazada, o modelo 3 é fechado, e com essa correção ele voltou para minha rotina de corridas.

Preço sugerido R$449 Clique aqui e visite o site oficial.

Depois dos 100km de corrida:

  • Sola está como nova, a aparência geral também e não faz ruído como o 2 fazia.

Depois de 300km rodados:

  • Ainda está por vir…

Enzo Amato


Corridas para 2º semestre 2014.

Sugestões para seu calendário.

2014 está longe de acabar e ainda dá tempo de programar uma viagem para correr em algum lugar diferente, seja longe ou perto, mas desde que seja para curtir um visual legal em algum lugar desse mundão.

Agosto
  • Mountain Do Costão do Santinho – Florianópolis – SC

42km, 22km ou 8km Corrida em trilha com algumas partes técnicas, muita estrada de terra e areia da praia na ilha da magia. (clique e visite o site do evento)

  • Yaboty Ultra Maratón – Misiones – Argentina

90km, 42, 21 ou 10km Praticamente divisa com o Brasil, muita selva e vistas panorâmicas. (clique e visite o site do evento)

  • K42 Ubatuba – SP
42km individual. ou revezamento 2x21km ou 4x10km, promete o visual incrível do litoral norte de SP. (clique e visite o site do evento)
Setembro
  • INDOMIT Campos do Jordão – SP

50km, 21km ou 12km. Serra da mantiqueira é sempre surpreendente. (clique e visite o site do evento)

  • Ultra Trail Torres del Paine (UTTP) – Parque Nacional Torres del Paine – Chile
67 ou 42km. A corrida toda acontece dentro do parque, por trilhas com muitas paisagens em um dos lugares mais bonitos do planeta. (clique e visite o site do evento)
  • Patagonian Int’l Marathon (PIM) – Parque Nacional Torres del Paine – Chile

63, 42, 21 ou 10km. No mesmo fim de semana da UTTP, piso mais fácil totalmente por cascalho, paisagem linda igual, foto. (clique e visite o site do evento)

Outubro
  • Mizuno Uphill Marathon – Serra do Rio do Rastro – SC

42km em subida. Será aberta ao público em 2014. (clique e visite o site do evento)

Dezembro
  • Vulcano Ultra Trail (VUT) – Puerto Varas – Chile 

80, 64, 35 ou 15km. Subir um vulcão não é algo de todos os dias, a patagônia chilena é deslumbrante, só isso já convence. (clique e visite o site do evento)

  • Mountain Do Atacama – San Pedro de Atacama – Chile

42km, 23 ou 6km. Deserto mais árido do mundo e cidade pitoresca. (clique e visite o site do evento)

 

Fevereiro 2015
  • La Mision – Villa La Angostura – Argentina

160km para completar em 4 dias, sem corte, o lema da prova “chegar é ganhar” tem duas irmãs menores 80km ou 40km. (clique e visite o site do evento)

Já fiz algumas, vou fazer outras e ainda vão sobrar novos desafios, mas o que nunca vai faltar é lugar bonito pra conhecer.

Enzo Amato


Tênis Mizuno Wave Sayonara

O que mais me chamou atenção no Mizuno Wave Sayonara, além do estilo, foi a leveza, tem cerca de 240gr. o que é bem leve para um tênis com bom amortecimento. O cabedal (parte da frente) não tem costuras e a nova tecnologia na entressola U4ic, contribuiu para a redução do peso do calçado sem comprometer o amortecimento. 

Tem drop de 10mm (diferença de altura entre calcanhar e ante pé) o solado aliou estilo com boa aderência para academia, asfalto e chão molhado, mas não foi feito para trilhas.

Favorece quem tem a pisada neutra, que é a maioria das pessoas e tem boa relação custo X benefício.

Preço sugerido R$399. Use o código abaixo e ganhe 10% de desconto na Zambra Sports.

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Marcas na Copa

Das 32 seleções que participam da Copa do mundo 2014 poucas marcas esportivas dividem o compromisso de vestir e representar países, respeitar suas cores e claro, aparecer para o mundo.

Uniformes:

  • Nike (10): Brasil, Croácia, Holanda, Austrália, Grécia, Inglaterra, França, Portugal, Estados Unidos e Coréia do Sul;
  • Adidas (9): México, Espanha, Colômbia, Japão, Argentina, Bósnia, Alemanha, Nigéria, Rússia, a arbitragem e a bola;
  • Puma (8): Camarões, Chile, Uruguai, Itália, Costa do Marfim, Suíça, Gana e Argélia;
  • Lotto: Costa Rica;
  • Marathon: Equador;
  • Joma: Honduras;
  • Uhisport: Irã;
  • Burrda Sport: Bélgica
Mas os uniformes não são os únicos meios de se mostrar ao mundo num evento assistido por mais de 2 bilhões de espectadores.
  • Hublot, é o relógio que mostra as substituições e tempo adicional do jogo.
As chuteiras os jogadores podem escolher, não precisa ser a mesma marca do uniforme, claro que alguns tem contrato, mas outros ficam livre para escolher.

Também as marcas que aparecem à beira do gramado em todos os jogos e algumas delas na sua TV. 

  • Coca-Cola, é patrocinadora desde 1974
  • Powerade
  • Marfrig
  • Fly Emirates
  • Castrol
  • Visa
  • Continental
  • Adidas
  • Kia motors
  • Hyundai
  • Mc Donald’s
  • Sony
  • Itaú
  • Garoto
  • Wise Up
  • Oi
  • Budweiser
  • Centauro
  • Johnson & Johnson
  • Yingli Solar
  • Liberty Seguros
  • Apex Brasil

Algumas marcas colocam seus nomes em jogos direcionados, por exemplo Quilmes só estará nos jogos da Argentina e Band-Aid nos do Japão. Serão 64 partidas em 12 estádios em estados diferentes. Expectativa de 600 mil turistas no Brasil para o evento.

Enzo Amato


Fiambala Desert Trail 80km, parte 2, a corrida!

A corrida!

Depois de toda aventura para chegar até Fiambala (clique e leia texto 1) na linha de largada, saímos da pequena cidade e logo estávamos na escuridão do deserto entre areia e arbustos quase sem folhas por culpa do outono, olhar brevemente para cima e ver a Via Láctea rasgando o céu todo estrelado era um espetáculo, não gosto de correr a noite, mas aquilo me motivava e sabia que logo o sol viria celebrar a corrida. Larguei literalmente por último para fugir do efeito manada de qualquer largada, com 10min e ainda com batimentos bem baixos, 140, comecei a ultrapassar os mais afoitos, nas corridas noturnas é fácil identificar grupos, nesse caso por várias vezes liderei alguns deles e a adrenalina aumentava ao ter que procurar as marcações que refletiam com a luz da lanterna, como não havia pista demarcada e as vezes os pontos estavam distantes, essa tensão e atenção fazia o tempo passar mais rápido, cheguei ao 1º posto de abastecimento no km 16, em 1h43, corrida fácil até aí, saí dos 2100m de altitude e desci até 1600m, a caminho do posto nº 2 já perto da largada dos 50km, ainda estávamos correndo para o Leste, vento da esquerda, como previsto, indo para o Sul, o  sol começava a dar contorno as montanhas à frente e encontrei novamente meu amigo de Facebook, o Carlos, que começou a falar ao celular muito entusiasmado, disse que o dia clareava, que uns locais lhe haviam dito que por ali passou o Dakar, que a areia nos estava colocando em nosso devido lugar “ditando o ritmo” me fez dizer algumas palavras sobre a corrida e depois me contou que estava ao vivo na rádio que ele trabalha como jornalista, rs.

O dia clareou e junto com o sol, um show de cores nas montanhas, passamos pelo único rio do percurso, e perto de todo rio tem um povoado, aquele se chamava Taton, cidade que sediou a largada da turma dos 50km, subimos e descemos um morro por estrada de terra e pedras alcançando o posto 2 com 34km. 

Novamente mais areia fofa já seguindo para o sul, para depois pegarmos uma estrada, uma reta interminável com vento soprando areia, era quase 11 da manhã quando parei para passar protetor solar e colocar o boné e o óculos de sol, rapidamente tudo se encheu de areia, estava abrigado atrás de um pequeno arbusto que não adiantou nada, mais de 1h naquela estrada acompanhando as montanhas dos dois lados, esse trecho serviu para dimensionar a corrida, comecei a sentir que a areia me tirava energia em cada passada, lógico que isso acontecia desde o início, mas no início o tanque está cheio. 

Cheguei a outro posto de hidratação, o 3º, eles estavam bem distantes uns dos outros, levava entre 1h45 e 2h30 entre eles, e em cada um enchia o reservatório com água para certificar que não faltaria, saí da estrada e invadi as dunas novamente, impossível manter o ritmo de corrida, usava os batimentos como parâmetro e naquele terreno só era capaz de fazer uma corrida medíocre, era a parte mais difícil da prova tanto para o físico quanto para a mente, já havia feito 46km, mas ainda faltavam 34km e o ritmo era penoso, tudo isso te deixa na dúvida, mas é hora de lembrar nos bons treinos realizados e fazer a confiança voltar, sabia que estava lento pelo terreno e pela hora do dia sem um pingo de sombra a vista, segui em frente me adaptando ao ritmo que o percurso me impunha. 

Cheguei ao posto 4, havia feito 60km o vento e a areia eram muito fortes e nada podia pará-los, naquele ponto já sentia o vento e a areia como uma tortura chinesa, sentei um pouco, respirei fundo, me tapei todo e voltei pra prova, ainda lento, percebi que não via fitas de marcação do percurso há algum tempo, mas continuei seguindo um corredor que via mais longe a frente, pensei que as fitas haviam sido levadas pelo vento, erro, quando percebi éramos um grupo perdido de 15 pessoas, a maioria dos 50km, sabíamos que a corrida rumava para o Sul e depois de um tempo vimos corredores descendo por um morro, até então não sabia o que havia perdido e sabia que não havia corrido menos que eles, pensava que eu estava correndo mais a direita, já que não havia pista. Depois soube que havia perdido a melhor parte, atravessar uma duna alta.

No posto 5, com 69km, faltando apenas 11km já havia desanimado da possibilidade de chagar com dia claro, estava muito cansado, a areia me desgastou aos poucos, mas lá encontrei os fotógrafos que viajaram comigo e me incentivaram, naquela hora a temperatura já começara a baixar e o percurso ficou bem pedregoso e dinâmico, tudo isso parece que me ajudou a voltar a correr melhor, aquela energia mental que nos inunda no último km chegou pra mim 10km mais cedo, para quem já estava sem joelhos talvez fosse a parte mais dura da prova já com 70km nas pernas, mas pra mim foi renovador, a confiança de chegar com sol havia voltado e me sentia bem, aproveitei esse momento para correr sempre que possível me sentia ágil pisando de pedra em pedra, é verdade que um tropeção de vez em quando me colocava alerta novamente.

Faltando 3km pegamos o único trecho de asfalto da prova, já era possível enxergar Fiambala à frente e o sol ainda levaria algum tempo para se esconder atrás da montanha mais alta no Oeste, cheguei na praça central moradores e corredores me aplaudiam com acanhamento, mas bastou um sorriso meu para que fizessem mais barulho, 12h25 depois de largar, finalmente completava esses 80km no deserto argentino e foi sensacional!

Assista ao vídeo da prova!

Como chegar:

  • De Buenos Aires havia um pacote fechado com uma empresa de ônibus, que levava direto a Fiambala que está a 1400km da Capital Federal aproximadamente 18hs de viagem.
  • Pode-se ir de avião desde Buenos Aires até Catamarca e fazer 350km de carro alugado.

O que usei na corrida:

  • Tênis leve com cravos Skechers Go bionicTrail;
  • Calça legging Adidas;
  • Polaina de compressão e manguito OG;
  • Polaina contra areia Noaflojes;
  • Camiseta térmica Nike + camiseta oficial do evento;
  • Corta vento Montagne e luvas Quechua no início;
  • Mochila de hidratação Quechua Diosaz 10L;
  • Boné Ansilta, bandana Guepardo e óculos de sol Briko.

O que comi:

Torrone, damasco seco, castanha do Pará, amêndoa salgada, 2 cápsulas de cafeína (100mg), 1 gel de carboidrato, muita água, meia banana e powerade oferecido pela organização.

Enzo Amato


Fiambala Desert Trail 80km, parte 1, chegar!

Sensacional desde o princípio.

Lendo o site, me encantou a ideia de ter que viajar muito até chegar no local da corrida, isso a deixava mais rústica e menos populosa, sentia que isso só levaria corredores motivados simplesmente a correr, não tinha como não lembrar do livro Nascidos para correr, onde um pequeno grupo de ultra corredores viaja por muito tempo, até muito longe de tudo só para poder correr. Desta vez eu era o personagem real, e lá estava eu, no norte argentino, colado nos Andes, mas além de montanhas altas, muita areia, dunas, pouco verde, aridez, muitas paisagens e vento sul, no deserto que foi palco do Rally mais famoso do mundo, o Dakar, pronto para correr 80km.

Sai de casa às 9:30 da manhã e só chegaria em Fiambala 30hs depois, um voo de SP a Buenos Aires e mais 1400 km num ônibus com a turma da organização da prova e fotógrafos, minha aventura já havia começado e eu a desfrutava 100%, ainda no ônibus, tendo que cuidar da alimentação, já que 48hs antes de uma corrida importante é o melhor momento de ingerir carboidratos que servirão de combustível na corrida, tinha uma sacola cheia de comidas e me virava nas paradas do ônibus, tudo era parte da história. A viagem foi muito tranquila, dormi toda a noite e com o amanhecer fui notando a mudança na paisagem, o verde desaparecia e dava lugar ao marrom das rochas e montanhas e depois de 18hs no ônibus chegamos ao hostel onde a organização ficaria hospedada e entregaria os kits da corrida no dia seguinte.

Hostel San Pedro em Fiambala – Catamarca

Pude ajudá-los um pouco, desde montar as caixas dos kits até descarregar caminhão com as bebidas que iriam para os postos de hidratação. A temperatura era uma mistura de agradável ao sol e frio à sombra, porém com vento era sempre frio, e pelas dúvidas eu estava sempre agasalhado.

A ser levado para os 5 postos de hidratação, um dia antes da corrida ainda no hostel.

Sexta a noite, véspera da prova fui ao congresso técnico, lotado de atletas e algumas autoridades locais, já tinha toda minha mochila e roupas organizadas, só faltava jantar e descansar algumas horas, pois o ônibus que nos levaria até a largada partiria às 3:15 da manhã. Ainda no congresso percebi o quanto a província de Catamarca estava envolvida em promover o evento e sabia da oportunidade de desenvolvimento turístico da região com a corrida, prefeito e secretária de turismo discursaram brevemente mostrando gratidão e entusiasmo com o que faríamos dali a algumas horas. Até eu fui aplaudido por ser dos poucos estrangeiros na prova, uma piadinha sobre a copa, risos, aplausos e me senti muito bem acolhido.

Dormi bem as poucas horas que me correspondiam apesar de ter mais 2 pessoas dividindo o quarto comigo, o banheiro era compartilhado (fora do quarto) e com medo de estar ocupado na hora que eu precisasse me arrumar, já colei os esparadrapos no pé antes de deitar e deixei a lanterna por perto para me vestir no quarto mesmo assim que acordasse, às 2:40.

3:15 estava na praça, tínhamos ainda 50min de ônibus e uma pequena cochilada até chegar a praça da cidade de Palo Blanco, local da largada. Ao descer do ônibus, meu segundo passo foi para o lado por causa do vento, esse era nosso receio, muito vento, que levanta poeira e areia e nos impossibilitaria de enxergar, a previsão era daquelas que se espera de tudo um pouco, frio, vento Zonda (vento quente com terra) calor… ainda no congresso o prefeito disse que teríamos vento sul, ou seja nas costas, já que os últimos 50km também iríamos para o sul. Enfim, depois do baque ao descer do ônibus, fui me abrigar do vento num prédio municipal já lotado de corredores, guardei a jaqueta na mochila entreguei no guarda volumes para seguir até a chegada e vesti meu corta vento, estava pronto. Minutos antes da largada um amigo de facebook da província de Entre Rios me reconheceu, nos cumprimentamos, tiramos foto e minutos depois estávamos prontos para largar com outros 180 corredores para fazer 80km, era pouco mais de 5 da manhã quando a corrida começou.

Carlos e eu, pouco antes da largada.

Clique e leia a parte 2, a corrida! E assista ao vídeo.

Enzo Amato


Mountain Do Fim do mundo – Ushuaia ARG.

Mountain do Fin Del Mundo – A corrida mais austral do mundo.

Por Priscila Schu

Tudo preparado, pacote de viagem, roteiro, malas, tênis, roupa para correr e o coração para suportar tanta ansiedade. Desejo de chegar logo 06 de abril de 2014. Foram 3 meses de treinamento para a prova, esses de muito calor, sol escaldante e muito suor. Chuva ou sol não falhei nos treinos, fielmente segui a planilha proposta pelo Enzo, mesmo sozinha quando Juliano teve que se recuperar de uma lesão no pé. Finalmente embarcamos. Tour em El Calafate em 3 dias. Tudo maravilhoso, aproveitamos muito. Já nos ambientando com o clima pensávamos como seria a corrida. Muito frio? Seria uma prova difícil? Teria muito vento? Enfim, inúmeras dúvidas.

Destino do vôo: Ushuaia. Chegamos no Fin Del Mundo, Patagônia Argentina. Montanhas, neve, frio, vento, paisagens de tirar o fôlego. Árvores avermelhadas dando um efeito incrível no branco da neve no topo das montanhas.

Terra firme, primeira sensação: vou congelar na corrida hahaha. Tinha um vento muito frio, como era de se esperar, pois venta muito em Ushuaia. Conhecemos vários atletas, corredores de 10, 21 e 42 k… Novas amizades, pessoas muito queridas! Fazer novos amigos não tem preço! A emoção só aumenta, retirada do kit da prova, calorosa recepção de toda a equipe Mountain Do.

Juliano e eu, momentos antes da largada.

E vamos nos aquecer porque está chegando a hora! Estação Tren Del Fin Del Mundo, Parque Nacional Tierra Del Fuego. Foi dada a largada, atletas de 10km largaram primeiro. 09h45 foi nossa vez, atletas de 21 e 42km. Ao total mais de 650 atletas brasileiros. Extremidades protegidas, vamos lá. Saímos pela entrada de acesso ao Parque, prova realizada 80% dentro do Parque, e logo entramos numa estrada secundária, subimos, descemos e voltamos à estrada. Estávamos leves, maravilhados com a exuberante paisagem. Caminho com as belíssimas árvores nativas, Las Lengas. No km 7, os maratonistas seguiam e os atletas da meia maratona entravam numa trilha de 8 k. Trecho mais lindo, passando pela mata nativa com folhas ao chão, troncos velhos caídos, recanto dos castores… No final da tilha chegamos ao Pampa Alto, lugar mais alto da prova, simplesmente encantador, a vontade era de ficar apreciando a paisagem. Visual que nunca sairá de minha lembrança. Voltamos a estrada principal, mas já estava chegando ao fim. Já se ouvia o Maquininha anunciando a chegada dos atletas. Que pena!!! Ficamos querendo mais!!! A prova foi incrível :D

O Fim do Mundo não é o fim, é o início de novas conquistas, metas e sonhos. Tudo é lindo, charmoso e aconchegante. Tudo é possível quando se quer e nós lutamos e conseguimos. Eu não corria 100m, achava que nunca iria conseguir correr 5km. O Juliano já corria, foi devido a ele que comecei, me incentivou desde o início. Obrigada por não desistir de mim meu amor.

Priscila Schu


Vácuo no Ironman.

Vácuo em Floripa tem seus dias contados se deixarem de punir só com eficiência e passarem a punir com eficácia!

É verdade que não pode, que é trapacear, levar vantagem, é um doping visível…mas o que está errado é a forma de punir e não a regra nem os atletas.

Vou colocar meu ponto de vista tendo feito 6x o Ironman em Floripa e uma em Cozumel, não posso comentar sobre as outras etapas do circuito porque nunca fui, mas o organizador da prova de Floripa já participou de algumas etapas fora do país e acredito que tenha visto alguns exemplos, apesar de tentar algumas modificações por aqui, elas não tem surtido o efeito desejado pelos atletas. Uma prova limpa, pelo menos onde os olhos podem ver.

Foto: Mario Sérgio / MidiaSport

Vou citar a forma mais efetiva de punição para vácuo que já vi em Ironman, não sei se é possível fazer isso nas etapas brasileiras, mas por enquanto não vejo motivo para não tentar.

Em Cozumel ao longo do circuito da bike haviam 3 tendas sinalizadas chamadas de Penalty box, igual a de Floripa que fica dentro da transição, lá também haviam motos com os árbitros na garupa carregando consigo um rádio, prancheta e caneta. Eles também ficavam 20 segundos atrás de um pelotão pra ver quem realmente estava se beneficiando do vácuo, pois bem, até agora tudo parecido, mas se o árbitro achasse que todos do pelotão estavam se beneficiando, ele gritava o número da cada atleta, anotava na prancheta e passava um rádio para as tendas, e se você atleta escutasse seu número, isso significava que você havia levado um “cartão amarelo” e que teria que parar por conta própria no penalty box para cumprir os minutos de penalização. Isso pulverizava pelotões e fico imaginando porque não temos algo parecido por aqui, já que todos os anos após o evento chovem vídeos, textos e insultos nas redes sociais de atletas contra outros atletas e contra a organização. Gente querendo inventar regras, desclassificar, torturar, matar quem ficou no vácuo…pára, simplifica, já é feito assim em Cozumel, não precisa criar regra! O árbitro na moto gritou seu número, procure a próxima tenda, avise o árbitro da tenda que você vai pagar seu tempo, tome uma água, descanse e se cuide para não tomar outra penalização, porque na segunda tá fora, como já acontece aqui.

Achei válida a tentativa de aumentar o tempo de penalização, mas não é a regra que está errada, é a forma de punir, ao ver que uma alternativa não deu certo, espero pela outra que já funciona em outro lugar. Da mesma forma que vi outras coisas em Cozumel que poderiam copiar o que já fazemos aqui no Brasil, já que considero a prova daqui muito bem organizada.

Fácil de explicar, justa, eficaz, sem recorde, mas sem vácuo.

Enzo Amato