Vídeos dos treinos, e do Ironman BRA 2013.

Veja alguns dos vídeos feitos pelo MidiaSport durante a preparação da turma que treinei para o Ironman Brasil 2013.

Muita dedicação, diversão e aprendizado não só para uma prova, mas para a vida.

1º Vídeo. 100km de bike sendo 20km a subida da serra de Campos do Jordão e corrida ingrime de 9km até o Pico Agudo em Santo Antônio do Pinhal – SP.

2º Vídeo. 80km de Bike + 12km corrida no sábado e 4000 de natação no domingo.

Foi um enorme prazer e desafio treinar essa turma.

3º Vídeo. Ironman Brasil 2013 em Floripa. Vê-los bem durante a prova foi minha recompensa, a chegada só um detalhe inesquecível.

Enzo Amato.


Ironman Brasil, recomendações pré prova.

Não é de hoje que passo essas recomendações para meus clientes de Ironman, dentre as mais de 30 histórias diferentes desde 2007 já não sei mais quantas vezes disse isso a eles, e por considerar importante acho que preciso compartilhar com todos os leitores também.

Faça a natação e a bike dentro do ritmo que fez os treinos, se baseando pela percepção de esforço e batimentos.

Na bike não adianta olhar a média a toda hora porque na ida o vento ajuda e a média fica muito boa, na volta o vento segura e a média cai, na segunda volta da bike o calor é maior e provavelmente o vento também será, e tudo isso aliado ao cansaço faz o ritmo cair em comparação a primeira volta, então sua percepção de esforço e os batimentos são bons parâmetros para seguir nas diferentes fases do percurso.

Na natação nem se fala, se até o vento segura, imagina a água… esqueça o tempo ou média, siga dentro do esforço que treinou, se é bom nadador largue na frente, mas se é lento ou tem certo medo, assista a largada, mande beijo pra torcida e entre com calma pra fazer sua natação sem atropelos e respirando confortavelmente desde o início, tenha em mente que sua roupa flutua e um bando de staff com caiaque está lá pra te ajudar a completar a natação.

Faça a corrida mais lenta que seus treinos longos, essa recomendação é para os primeiros 21km, depois você vai saber o que dá e o que não dá pra fazer. É fácil fazer a primeira metade da corrida rápida, mas vai custar caro na segunda.

Faça a prova com alegria, aproveite seu momento, pare para abraçar sua torcida, esqueça do relógio e viva o presente!

É inútil deixar qualquer outro tipo de recomendação, já que existem inúmeras maneiras de treinar e encarar essa prova, se você fez tudo o que seu treinador orientou, então agora não é hora de mudar, essas são as recomendações que, dentro da minha maneira de trabalhar e enxergar essa prova, serve para muita gente de forma geral. Principalmente os iniciantes!

Vou torcer para que todos façam uma grande festa. Nos vemos em Floripa!

Enzo Amato


Tênis Spira Stinger 2

Testei um dos modelos SPIRA, a nova marca de tênis que chegou ao mercado brasileiro e resolvi deixar minha singela opinião.

Usei o Spira Stinger 2, confesso que quando o calcei só achei um tênis confortável e nada além do normal, mas depois de testá-lo em treinos de tiro, consegui notar a verdadeira diferença. Parecia que o contato com o solo era ao mesmo tempo macio e de rápida resposta. O modelo me pareceu ideal para provas, por ser muito leve, 220g, arejado e confortável, e melhor ainda, promete ser mais durável com seu sistema de amortecimento por molas, WaveSpring, é delas que vem a rápida resposta ao pisar.

Essa foi a simples e crua impressão de um corredor.

Recomendo tanto para meus amigos rápidos, que quando tocam os pés no chão parecem flutuar, quanto para os que só procuram um tênis confortável e leve!

Rápida resposta ele deu, agora é correr mais pra ver se vai durar bastante como promete.

Depois de 100km de corrida: O tênis é demais, porém as molas pareciam ranger ao pisar, (leia outro texto) o que me incomodava, resolvi borrifar um pouco de WD-40 e tudo certo, o solado ainda parece novo e o tênis apesar de bem maleável ainda está firme, realmente vai durar muito e continuo usando com muita frequência.

Depois dos 300km de corrida: Estou quase lá…

Outros modelos Spira.

Enzo Amato


Corrida em altitude simulada.

Semana passada pude experimentar o que é correr em altitude. Aqui mesmo em SP.

Sou voluntário de uma pesquisa da UNIFESP que avalia e compara as reações metabólicas em exercício a nível do mar, e a 4500m de altitude. Isso só é possível dentro de uma câmara capaz de simular as diferentes altitudes.

Entrei na câmara, coletei sangue, saliva e subi na esteira, caminhei 3min e logo iniciei a corrida, o protocolo do dia me colocou em velocidade moderada, não sei exatamente quanto porque os testes são cegos, mas pela experiência adquirida nos últimos 15 anos de corrida, sabia que estava próximo do ritmo de maratona, ou seja, nada desconfortável. Até os primeiros minutos de corrida ainda não conseguia diferenciar se estava a nível do mar ou a 4500m, mas logo passei a sentir um cansaço generalizado, como se estivesse num ritmo muito além do que consigo suportar, parecia que havia perdido todo meu condicionamento, em 20min minha respiração estava ofegante e minha desconfiança de estar em altitude se concretizava a cada passada, queria suportar até meu limite para aproveitar aquela oportunidade de sentir na pele a sensação de correr numa altitude realmente relevante. Cheguei até os 30min extenuado, batimentos acelerados, sensação de cansaço e tudo muito diferente do que já tinha vivenciado até hoje. 

Tudo muito interessante, passei de um extremo a outro em pouquíssimo tempo, da sensação de corrida confortável no início, para respiração ofegante aos 20min, chegando a corrida extenuante em apenas 30min. Com a esteira mais lenta do que a média da minha última maratona feita há pouco tempo atrás. A primeira impressão é que um breve descanso e o retorno numa velocidade bem mais baixa seria suportável, ou seja, meu ritmo de maratona naquela altitude é bem mais lento do que ao nível do mar.

Depois do teste ainda fico 1h em repouso dentro da câmara para mais 2 coletas sanguíneas, de saliva e fim. Ao sair da câmara, como ao entrar, não senti diferença alguma novamente, mas ao chegar em casa, tive uma vontade fora do normal de deitar e dormir, e tudo isso por causa de 30min de corrida, em velocidade moderada, mas muito intensa para 4500m do nível do mar, sem dúvida!

Não tive dor de cabeça, ânsia de vômito ou tontura após o exercício, apenas cansaço, mas as causas do exercício agudo em altitude, sem aclimatação, foi sem dúvida uma experiência diferente.

Como sempre digo, vários fatores podem influenciar o ritmo da sua corrida, calor, frio, umidade, altitude… nós brasileiros não damos a importância devida a esses fatores por não passarmos por grandes amplitudes térmicas, ou pela falta de montanhas, mas certamente fazer uma aclimatação de alguns dias, (varia de acordo com a altitude) ser bem condicionado fisicamente e respeitar os limites que aquela altitude impõe vão influenciar para melhor sua corrida em altitude.

Fiz outros 2 testes em altitude, um mais forte e outro mais fraco que o contado acima, leia como foram! Se pintou alguma curiosidade é só me escrever.

Enzo Amato


TriRex 2013

Crônica por Edu Coimbra.

Vou ou não vou?

Assim começou a minha prova. Com uma tremenda dúvida. Tinha acabado de chegar do ½ Iron de Caiobá, meio cansadão e até abri mão do treino de Campos do Jordão com o Enzo e equipe.

O tempo foi passando e na segunda-feira antes da prova decidi fazer a inscrição. Qual modalidade? Triathlon? Duathlon? Nunca fiz um Duathlon, até estou com uma boa bagagem de Caiobá, descansei certinho e treinei forte na última semana.

Decidido! Duathlon! Raciocinei: se eu tirar o que não presta (natação) deve sobrar o que presta… Tô na prova? Não, não estou na prova! Inscrições encerradas no site oficial, o ativo.com fora do ar e  Webrun também com inscrições encerradas. “Caramba… quem mandou cochilar!”

Mandei um e-mail para a organização da prova solicitando um “boizinho” para o atrasadinho. Prontamente veio a resposta: “Atrasadinhos também são bem vindos, faça a transferência bancária no banco tal, conta corrente tal e preencha a ficha de inscrição”.

Opa! Agora eu estou na prova!

Tudo pronto, praticamente não dormi da sexta para o sábado pois meu filho Lucca tinha uma festa de 15 anos que terminou as 4 da matina e eu tinha que estar em Brotas as 08:30h para o passeio com as crianças, na tal Tirolesa do Voo do Tarzan com trilhas e banho de cachoeira (o combinado era que o sábado seria das crianças).

Região de natureza exuberante… pés encharcados, pernas cansadas, fome, sede, dores nas costas…  tudo muito adequado  para quem vai participar de uma prova na manhã do dia seguinte.

Fim do passeio, de volta na cidade, almoço, corpo dolorido, cansaço, sono, mas… tivemos que buscar o kit da prova a 35 km de Brotas e depois voltar mais 40km até a pousada. É do jogo!

Já na pousada um último pecado, e dentro da geladeira da Dna Helena. Perguntei:

– Aquela Coca Cola, de garrafa, está bem gelada?

O filho da Dna Helena responde:

– Está sim… pode sentar que levo para o senhor!!!

Que sonho, a danada estava quase congelando.

Banho, jantar de massas, sono dos anjos.

Domingo, 5h da manhã, todos de pé para os preparativos. Barba feita, café da Dna Helena e partimos para o Broa Golf Resort  local da prova.  Bike montada na transição, aquecimento e as 07:30h a largada.

No duathlon tivemos 5km de corrida, 40 Km de Bike finalizando com 10km de corrida. O triathlon abriu com 1900m de natação e o restante igual ao duathlon.  As largadas são simultâneas. Antes da prova fiz um cálculo simples: se eu corresse os 5km iniciais para uma média de 4:15/km chegaria na transição para a bike junto com os primeiros atletas do triathlon, que normalmente nadam a distância de 1900m para 21 ou 22 minutos.

Na veia! Cheguei com quase 22min, em terceiro no duathlon e os primeiros do triathlon já estavam saindo da água quando peguei a magrela, cerca de 1,5min atrás de mim.

Ainda dentro do hotel passei pelo segundo do duathlon e,  na rodovia, antes do final do primeiro km, ultrapassei o líder assumindo essa posição. Beleza, meu pedal é forte e vou tentar me sustentar até onde der (pois sabia que o pessoal do triathlon viria babando para cima).

Nesse momento aconteceu um fato muito interessante e que me motivou bastante: o motociclista da organização da prova estava posicionado à minha frente, conduzindo o primeiro colocado geral (que era eu) pelo percurso do ciclismo. Passou pela minha cabeça uma série de imagens de todos aqueles filmes que já vi, de todos os líderes assistidos pelos batedores de moto, das Voltas, Giros e Tours do ciclismo, dos Irons, das Maratonas, etc, etc, etc. Caraca, guardando as devidas proporções, obviamente, mas aquilo estava acontecendo comigo.

Na primeira perna dos 10km, após o retorno, pude perceber a real distância entre mim e os atletas mais próximos que eram do Triathlon e que estavam a mais ou menos 1,5 min atrás.

Como se não bastasse, eu ainda recebia “injeções” de ânimo: toda vez que uma outra moto da organização, ou da arbitragem da prova, emparelhava ou cruzava com o motoqueiro que me assistia este gritava: “ Estou com o líder!!! Estou com o líder!!!” Eu não me aguentava, dava risadas: kkkk, “Esse cara sou Eu!”

Primeira volta de 20km concluída, retorno feito e motivado eu continuei gostando da “brincadeira”, a distância se manteve e veio o pacto da pedra: é o seguinte… dificilmente essa situação acontecerá comigo novamente, sou o líder geral das duas categorias, peguei a bike com 5km de corrida nas pernas, os caras estão mais inteiros, mas, se eu fizer o retorno dos 30km em primeiro ninguém mais vai me pegar, não vou largar essa moto até a transição.

Dito e feito! Coloquei a faca nos dentes, fiz força, entrei no Resort em primeiro e entreguei a bike na frente. Maravilha! Estava muito feliz!

Saí para correr os 10km e logo no final do primeiro km senti um princípio de cãibra nas duas pernas, reduzi um pouco meu ritmo, tentei relaxar e os dois primeiros atletas do triathlon me passaram. Me concentrei nas passadas, as dores foram passando e o ritmo voltando. A meta agora era vencer a prova geral do Duathlon.

Faltando aproximadamente 2km meu brother Marcio (quis o destino que nossos primeiros pódios acontecessem no mesmo dia)  me passou, muito forte, veloz e ainda buscando sua melhor posição no Triathlon.

CAMPEÃO GERAL DO DUATHLON TRIREX 2013, COM 02:08’28”

Comecei a olhar para traz, preocupado com o meu cansaço e com os adversários. Forcei muito na Bike. Não sabia se aquele que vinha a alguns metros atrás era ou não da minha categoria… Apertei o ritmo espremendo minhas últimas energias e, faltando 500m, tudo isso desapareceu, não olhei mais para traz e já estava com a certeza da vitória: SINTO MUITO, MAS ESSA É MINHA!!!!

 Foi muito bacana e confesso que é muito difícil compartilhar essas emoções com outras pessoas, principalmente com aquelas que não me conhecem ou que não são do meio esportivo. Procuro tomar o cuidado de não transmitir uma ideia imodesta, apesar de saber que corro esse risco na medida em que estou falando de mim mesmo.

Minha motivação está em documentar minha história esportiva, compartilhando, incentivando e promovendo essa prática seja ela qual for. Mostrar que uma vitória não tem um tamanho relativo quando comparado a algo maior, ou que está associada a um lugar no pódio, mas sim que tenha uma dimensão íntima para cada atleta ponderada pela dedicação versus realidade versus resultado final.

Pensando dessa forma as vitórias (ou derrotas) são referências individuais (só suas) pelo simples fato de só você saber das verdadeiras circunstâncias da jornada que te fizeram chegar lá. Você não será um campeão para ninguém antes de sê-lo para si mesmo.

Estou muito feliz por ter vencido principalmente pelas tais circunstâncias que só eu sei quais são. Por isso me sinto um verdadeiro Campeão!

Dedico aos meus Pais, Irmãos, Esposa e Filhos

José Eduardo Osias Coimbra


Adventure Sports Fair c/ Arthur Simões.

Hoje visitei a feira, como em todos os anos, e pude conhecer um grande aventureiro, Arthur Simões, ele simplesmente deu a volta ao mundo de bike, foram 40mil km, por mais de 3 anos, passando por 46 países, e vivendo vários perrengues e surpresas.

Sei bastante sobre essa aventura porque li o livro que ele publicou, chamado “O mundo ao lado” e hoje, na feira, pude ver a bike que ele usou, com os alforjes e tudo, que somados tinham mais de 30 kg. Com a história dele descobri que alguns países podem, e devem, ficar fora da lista de qualquer pessoa que queira dar a volta ao mundo, simplesmente não valem a pena, são realmente perigosos e não querem turistas. Ele chegou ao ponto de ser escoltado pela polícia para sair do país que estava. Já outros surpreenderam positivamente pelas paisagens, hospitalidade do povo e todos os comentários e percepções que ele conta no livro.

Hoje vi uma pessoa que passou por uma experiência incrível de auto conhecimento e que de uma forma peculiar, conheceu o mundo como ele é!

Enzo Amato